Aumentar impostos ou reduzir gastos como lidar com déficit comercial?

Deficit

Há anos o Brasil vem registrando déficit nas contas públicas, fato que influencia diretamente no aumento da dívida brasileira.

Excluindo 2022, onde o governo federal conseguiu fechar as contas com um superávit de R$ 59,7 bilhões, desde 2014, o governo federal fechou todos os anos no vermelho.

Para 2023, voltaremos a ter déficit nas contas públicas. O sistema de coleta de dados, Prisma Fiscal, projeta que o déficit para 2023 seja da ordem dos R$ 106,5 bilhões.

Considerando o histórico de déficits, e as dificuldades em conseguir colocar as contas no lugar, qual é a solução? Aumentar os impostos ou reduzir os gastos? Como lidar com o déficit?

Uma das saídas para conseguir reverter esse histórico de déficits é o ajuste fiscal.

Ajuste fiscal é uma saída

Por meio do ajuste das contas públicas, o governo poderá traçar um caminho para tornar o déficit em superávit.

Sendo que há duas formas de fazer o ajuste fiscal. O governo pode reduzir os gastos, gerando menos impactos na economia, ou aumentando os impostos.

Fato que pode ter grande influência na economia. Normalmente, o governo busca lidar com as despesas e quando não há mais formas, parte para o aumento de impostos.

Segundo estudos feitos e divulgados pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), a economia brasileira sofre menos efeitos nocivos quando há o corte de gastos.

O que mais funciona no Brasil?

Já quando o governo parte para o aumento de impostos, os efeitos colaterais são mais aparentes.

Ao que tudo indica, quando os impostos sobem, o mercado acaba repassando esse aumento ao consumidor. Desse modo, os preços sobem e a inflação fica elevada.

Por exemplo, segundo os estudos do FMI, após 3 anos do ajuste fiscal sobre as despesas, o Brasil teria um impacto positivo de até 0,1% no PIB.

Agora, se o ajuste fiscal for feito com o aumento de impostos, após três anos, o impacto no PIB é negativo, em até 1,9%.

O governo possui dois tipos de gastos. De um lado temos os gastos correntes e do outro, os investimentos.

Onde cortar os gastos?

Normalmente, o primeiro a sofrer com o corte de gastos são os investimentos. Depois, de forma mais tímida, os gastos correntes.

Os investimentos costumam ter influência positiva no PIB, dessa maneira, o corte pode acabar prejudicando a economia.

Com relação aos gastos correntes, o corte de despesas aqui é mais difícil, uma vez que o orçamento é mais engessado.

Segundo os estudos do FMI, de 2014 até 2016, os investimentos sofreram cortes que chegaram próximo dos 40%.

Já os gastos correntes permaneceram com crescimento acima da inflação. Observando, tal cenário, o Brasil não tem muitas opções.

Revisar os gastos correntes e avaliar a tributação, são dois pontos que precisam ser considerados.  Assim, o governo não precisará comprometer mais os investimentos.

Com uma tributação melhor e menos gastos correntes, o governo federal terá um cenário mais positivo para as contas públicas e quem sabe, encerrará com o ciclo de déficits.