Nelson Tanure
InvestidoresQuem é Nelson Tanure
Nelson Tanure, empresário conhecido por investir em companhias que enfrentam dificuldades, atua em setores diversos da economia. Seu portfólio inclui desde empresas de mídia (como telecomunicações e jornais) como também infraestrutura e até empresas de petróleo.
Por meio de sua investidora Société Mondiale, Nelson Tanure tem participação na gigante de telecomunicações brasileira Oi. A empresa que tem mais de 70 milhões de clientes no país e protagonizou a maior recuperação judicial do país.
Além disso, desde de abril de 2019 Nelson Tanure passou a integrar o conselho administrativo da Gafisa. O empresário também participou do aumento de capital da empresa, tornando-se um importante sócio da companhia, que chegou a enfrentar pedidos de falência.
Trajetória de Nelson Tanure
Nelson Sequeiros Rodriguez Tanure nasceu em Salvador, na Bahia, em 1951. Graduado em administração de empresas pela Universidade Federal da Bahia, começou a trabalhar na empresa do setor imobiliário Cinasa, criada por seu pai.
No entanto, o primeiro passo de Tanure como acionista de uma companhia aconteceu na década de 1980. Na época, ele comprou uma participação na Sequip, especializada em serviços de engenharia para a indústria petroleira no Rio de Janeiro.
Em 1986, também se tornou dono do estaleiro Emaq, então em situação falimentar. Durante o mesmo período, o empresário virou um dos sócios da Comex, empresa francesa de serviços de petróleo, e também da Hydrospace do Canadá.
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Ainda na década de 1980, tornou-se sócio minoritário da CGEE Alsthom, grupo francês especializado em fornecer produtos para hidrelétricas.
Já na década de 1990, Tanure virou proprietário do Verolme, um dos maiores estaleiros do mundo, localizado na capital fluminense. A empresa enfrentava processo de concordata e tinhas as atividades paralisadas.
Na mesma época, se tornou o sócio majoritário da Companhia Docas de Santos, que passou a se chamar Docas Investimentos S.A.
Depois, foi a vez de comprar uma participação na empresa de petróleo HRT, cujas dificuldades fizeram o preço de suas ações despencar em 2013. Mais tarde, foi rebatizada para PetroRio.
Em março de 2019, começou a circular na imprensa brasileira que Tanure poderia compor o conselho de administração da Gafisa. A companhia enfrentava cenário difícil com queda nas vendas e altas dívidas.
Diante da boa recepção à entrada de Tanure, em abril de 2019, o conselho aprovou a entrada do investidor. Além de membro do conselho, Tanure se tornou um importante sócio da empresa.
Nelson Tanure e a comunicação
No campo da comunicação, o empresário comprou em 2000 o Jornal do Brasil, publicação tradicional sediada no Rio de Janeiro que estava em situação pré-falimentar. Depois, arrendou a Gazeta Mercantil.
O empresário auxiliou na fusão da Intelig com a Tim. O sucesso fez com que ele fosse acionista do novo conglomerado. Nelson Tanure comprou a empresa brasileira por apenas R$ 10 milhões, assumindo uma dívida de R$ 130 milhões. Um ano mais tarde, vendeu-a aos italianos por cerca de R$ 650 milhões.
Ainda no campo das telecomunicações, o investimento na Oi ocorreu em 2016, ano em que a gigante de telecomunicações nacional pediu recuperação judicial. À época, a companhia estava altamente endividada, com R$ 64,5 bilhões em obrigações, apesar do expressivo número de clientes no país.
Paralelamente aos investimentos em empresas, é conhecido por sua paixão por música clássica. Tanto que, por alguns anos, foi vice-presidente da Orquestra Sinfônica Brasileira.
Em 2020, a notícia de que Nelson Tanure comporia o conselho da Gafisa ajudou as ações da empresa, que apresentaram alta na B3, a quinta maior bolsa de valores do mundo. Parte do sucesso da B3 se deve a Edemir Pinto, que presidiu a instituição. Para saber mais sobre a trajetória de Edemir Pinto, leia o o artigo que Suno preparou sobre o economista.
Controle da Light
Em mais uma investida de negócios, Tanure tornou-se em 2023 o maior acionista da Light. Ele adquiriu uma participação de 21,8% no capital social da empresa através da gestora WTN. Tanure propôs um aumento de capital de US$ 500 milhões na Light, como parte de um plano para reestruturar financeiramente a empresa.
Proposta de Novo Conselho de Administração
Tanure não apenas aumentou sua participação na Light, mas também propôs uma nova composição para o Conselho de Administração da empresa. Ele sugeriu que o número de membros do conselho fosse aumentado de sete para nove, incluindo um assento para ele mesmo.
O investidor expressou desejo de que Hélio Costa, ex-ministro das Comunicações, assuma a presidência do conselho. Costa tem sido assessor de Tanure em Brasília e em alguns conselhos, como em investimentos em telecomunicações.
A proposta é vista como um sinal de alinhamento entre os três principais acionistas da Light e é considerada positiva em meio ao processo de recuperação judicial da empresa.
Recuperação Judicial e Dívida da Light
A Light está atualmente em recuperação judicial e enfrenta uma dívida superior a R$ 11 bilhões. A empresa precisa apresentar um plano de recuperação até meados de julho.
A mudança no Conselho de Administração pode ser uma estratégia para melhorar as negociações com os credores, que anteriormente expressaram descontentamento com o Conselho atual.
Além disso, a proposta de Tanure de um aporte de capital é vista como um ponto de partida essencial para a reestruturação financeira da Light.
Vídeo de Nelson Tanure