Jorge Paulo Lemann
BilionáriosQuem é Jorge Paulo Lemann
Jorge Paulo Lemann é o dono da maior cervejaria do mundo, Ab InBev, e sócio do 3G Capital, controlador de redes como Burger King, Tim Hortons e Kraft-Heinz. E, em conjunto com seus sócios de longa data, Marcel Telles e Beto Sicupira, é conhecido por balançar o mercado internacional com ações firmes e de sucesso.
Segundo o ranking de bilionários de 2023 da revista Forbes, Jorge Paulo Lemann é a 108ª pessoa mais rica do mundo e o segundo do Brasil, com uma fortuna estimada de US$ 15,8 bilhões (2023).
Não à toa ganhou o respeito do homem que seja provavelmente o maior investidor da história, Warren Buffett.
Biografia de Jorge Paulo Lemann
Lemann nasceu no dia 26 de agosto de 1939, na cidade do Rio de Janeiro. Ele é filho de Anna Yvette Truebner, brasileira filha de suíços, e filho do imigrante suíço Paul Lemann, que chegou ao Brasil na década de 20.
No ano de 1953, Lemann tinha apenas 14 anos quando perdeu seu pai de forma trágica, em um acidente de ônibus, abalando muito a família.
Ainda durante sua infância e adolecência, estudou na Escola Americana do Rio de Janeiro, até terminar o colegial e aos 17 anos ingressar na Universidade de Harvard, uma das melhores universidades do mundo para estudar Economia.
Mesmo estando em um dos melhores lugares do mundo para se formar, Lemann relata que teve muita dificuldade na Universidade, pois não era acostumado a estudar tanto e por sentir muita falta do calor e das praias do Rio de Janeiro, onde morava.
Ele ainda considerou desistir após ser repreendido por soltar fogos de artifício na Universidade no último dia do seu primeiro ano, mas foi convencido de ficar, o que gerou ótimas oportunidades seguintes.
Trajetória de Jorge Paulo Lemann
Ao se formar, Lemann voltou ao Brasil em busca da sua primeira oportunidade de emprego, na área do mercado financeiro sendo contratado pela empresa Daltec no Rio de Janeiro, que negociava ações.
No entanto, não se animou com a forma que o mercado de capitais funcionava no Brasil, ainda ultrapassada para época, então no início da década de 60, o homem mais rico do Brasil se mudou para Genebra na Suíça, onde estagiou no banco Credit Suisse.
Este período foi fundamental para que o bilionário entendesse melhor as oscilações e nuances do mercado financeiro, mas considerou os processos do banco lentos e engessados, e resolveu retornar ao Brasil.
No ano de 1963, ele foi contratado pela financeira Invesco, aonde fez um trabalho de muito destaque, chegou a movimentar 5% do volume da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Lemann foi promovido a sócio, no entanto, em 1966 a financeira quebrou, deixando muitos aprendizados.
Foi na Invesco que conheceu Jorge Carlos Ramos da Silva, que se tornou seu sócio na corretora Libra, um novo negócio que Lemann decidiu entrar com seu sócio, e ainda deu a oportunidade de conhecer Luiz Cezar Fernandes.
Infelizmente, em 1970, após não conseguir comprar o controle da Libra, decidiu vender sua parte e partir para outro negócio.
Em 1971, com mais experiência, maturidade, Lemann e mais dois sócios Ramos da Silva e Luiz Cezar, compraram o banco Garantia. Se baseando na cultura de meritocracia, o modelo do projeto era: pagar salários abaixo do mercado, porém os bônus podiam chegar a salários extras, se os funcionários batessem suas metas.
Nesse negócio ele conheceu dois funcionários se destacaram de forma tão notável nesse período, que se tornaram parceiros de Lemanm e são até hoje, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sucupira.
Início de uma grandiosa sociedade
Como Telles e Sucupira demonstraram muita capacidade e profissionalismo, passaram a ser sócios de Jorge Paulo Lemann no banco Garantia.
Americavas (AMER3)
Em 1982, os sócios compraram a Lojas Americanas, porém, por conta de uma má gestão a empresa foi só afundando. Para tentarem se recuperar, Lemann e Sucupira visitaram Sam Walton, fundador do Walmart, que se tornou amigo e mentor dos sócios.
Em 1993, os três sócios fundaram a empresa de private equity, GP Investimentos, e um ano depois o banco Garantia teve resultados incríveis, no entanto, a crise asiática afetou o banco e venderam ao Credit Suisse por U$ 675 milhões.
Crise nas Lojas Americanas
No início de 2023, aconteceu a troca de CEO nas Lojas Americanas. Sergio Rial assumiu a companhia a partir do dia 2 de janeiro.
Poucos dias depois, Rial recebeu a informação que as Lojas Americanas tinham uma dívida que não estava sendo reportada no Balanço.
Ao levantar os números ficou constatado que a companhia tinha uma dívida de R$ 20 bilhões a mais do que o divulgado, fato que culminou com a saída de Sérgio Rial e em seguida, com o pedido de recuperação judicial.
No decorrer de todo processo, desde o descobrimento do rombo, ao pedido de recuperação judicial até as investigações, os principais sócios da firma, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira tiveram a credibilidade manchada.
CPI das Americanas
Em maio de 2023, observando a crise das Lojas Americanas, parlamentares resolveram deflagrar uma CPI para investigar o que aconteceu com a empresa.
Ao final da CPI, em meados de setembro de 2023, a comissão divulgou o relatório final. Neste relatório não ficou claro quem foram os culpados pela fraude contábil.
Depois de enxugar suas operações e negociar as dívidas com os bancos, as Lojas Americanas vem se recuperando.
Ainda em novembro de 2023, as Lojas Americanas conseguiram divulgar o balanço de 2022, registrando um prejuízo de R$ 12,9 bilhões.
Ambev
A venda do banco Garantia não abalou os sócios, pois já estavam envolvidos em outros negócios. Em 1989, nove anos antes da venda, Lemann se tornou dono da Brahma e colocou Marcel Telles na missão de desenvolver a empresa, dando muito certo nos anos seguintes.
O sucesso da Brahma fez com que os sócios conseguissem comprar a Antartica e criar a Ambev, nascendo a quinta maior fabricante de cervejas do mundo.
O trio mudou radicalmente o mercado brasileiro, principalmente por tomadas de decisões assertivas e seguras.
Em 2004, a Ambev deu seu primeiro passo internacional ao se fundir com a cervejaria belga Interbrew. Assim surgia a InBev, quatro anos mais tarde se tornou a maior rede de cervejas do mundo ao comprar a americana Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser.
O faturamento da Ambev –principal negócio do homem mais rico do Brasil -, a coloca entre as empresas mais eficazes do mundo.
Sua empresa, a AB InBev, é responsável pela fabricação de cervejas como: Skol, Brahma, Bohemia, Antárctica, Norteña, Quilmes, Corona, Stella Artois, Bud Light e Budweiser. As duas últimas da lista inclusive são, respectivamente, a terceira e a quarta marcas mais vendidas no mundo.
Gestão de Jorge Paulo Lemann
Lemann ficou conhecido sobre a forma de gestão que ele tinha, que era bastante polêmica. Ele não inseria seus parentes em seus negócios e tinha uma cultura meritocrática bastante forte.
Ele pagava salários abaixo da média do mercado, mas tinha bonificações que poderiam ser altíssimas, a depender do desempenho do funcionário. As demissões também eram colocadas da mesma forma.
O ambiente de trabalho não era aceito por todos, visto que se tinha muitas brincadeiras e “trotes” considerados exagerados por alguns, o que fazia com que muitos não ficassem por bastante tempo na empresa.
Ele auxiliou na construção de uma cultura empresarial que deu continuidade no Garantia e nas demais empresas de Jorge Paulo Lemann.
O Conquistador da América
Lemann também é conhecido por sua parceria com Warren Buffet em 2015, na compra do H. J. Heinz Company, empresa de molhos e condimentos, por US$ 23,2 bilhões, onde ambos são sócios.
As relações de Lemann com megainvestidores mundiais, como é o caso de Buffett, se tornaram um marco na visão que o mercado tinha do bilionário brasileiro, tanto que a Forbes lhe concedeu o Título de “Conquistador da América”.
Um título que faz jus a um império de ações e negócios onde estão empresas como a já citada Ab InBev e a gestora 3G Capital, responsável pela compra do Buger King e da Heinz.
Negócio Milionário
Em meados de setembro de 2023, uma companhia ligada às famílias de Lemann, Telles e Sicupira, a São Carlos Empreendimentos e Participações (SCAR3) concluiu a venda de 4 prédios comerciais, registrando uma receita de R$ 865 milhões.
A venda foi feita para um fundo imobiliário. Com os recursos, a São Carlos pretende reduzir parte da dívida.
Após a liquidação dos imóveis, a São Carlos ficará com 95 imóveis em seu portfólio. Assim, o valor total das propriedades gira em torno dos R$ 4 bilhões.
A venda veio em um momento interessante, visto que as Lojas Americanas (outra companhia ligada a Lemann, Telles e Sicupira) entraram em Recuperação Judicial, devido ao rombo de R$ 20 bilhões.
Investimento na Thrive Capital
A Thrive Capital é uma empresa de capital de risco que terá Lemann como investidor. Mas, além de Lemann, outros bilionários estão investindo na companhia.
Dentre os bilionários que entraram na empresa, há nomes como: Mukesh Ambani, Xavier Niel, Henry Kravis e Robert Iger. Os 4 investidores juntos, serão responsáveis por um aporte de US$ 175 milhões na companhia, adquirindo 3,3% da empresa.
Fundada por Josh Kushner (irmão mais novo do genro do ex-presidente norte-americano, Donald Trump), a Thrive possui valor de mercado de US$ 5,3 bilhões.
Em 2021, por exemplo, a firma era avaliada em US$ 3,6 bilhões. Já em 2022, a companhia tinha US$ 15 bilhões de ativos sob gestão.
Livro Sonho Grande
O livro Sonho Grande foi uma obra de autoria da jornalista Cristiane Correa. Ele teve lançamento em 2013, e conta a história dos 3 sócios da empresa 3G Capital, se tornando umas das principais referências para conhecer a trajetória de vida de Jorge Paulo Lemann.
Segundo a própria autora, as ações da vida Jorge Paulo Lemann falam por si só. Isso justificaria que além do patrimônio considerável construído pelo empresário, ele também formou uma reputação e reconhecimento entre os próprios funcionários.
Filantropia
Lemman também ficou conhecido por suas atividades filantrópicas. Entre as principais instituições sem fins lucrativos que ele é responsável estão:
- Fundação Estudar;
- Fundação Lemann;
- Instituto Tênis.
No Instituto Tênis, seu principal intuito era formar grandes campeões, com a possibilidade de fazer com que até o ano de 2033 se tivesse um brasileiro na primeira colocação do mundo neste esporte.
Os projetos filantrópicos de Lemann foram cada vez mais focados por ele, a medida que deixava um pouco de lado seus negócios. Sendo assim, ele começou a ter maior participação na Fundação Estudar.
Vida pessoal de Jorge Paulo Lemann
Lemann teve dois casamentos. O primeiro foi em 1966, com sua ex-esposa Maria de San Tiago Dantas Quental, com quem teve 3 três filhos: Anna Victoria, Paulo e Jorge Felipe. Em seguida, se casou com Susanna.
O empresário tem moradia em Zurique, onde vive com sua esposa e o filho Kim. A mudança para a Suíça ocorreu depois que ele e sua família foram vítimas de um atentado a tiros em seu carro. O fato ocorreu em 1999 e Lemman estava com seus 3 filhos no carro.
Sua vida foi sempre muito próxima ao esporte. Primeiro com a pesca submarina, depois como surfista. Mas o esporte que mais praticou foi o tênis, desde os 7 anos, no Country Club do Rio.
Jorge Paulo Lemann sempre foi apaixonado pelo tênis, tanto que foi pentacampeão brasileiro e chegou a disputar a Copa Davies pela Suíça em 1962. A tática de aliar potência de decisão com paciência foram dogmas que o economista levou para seus negócios.
O que achou da trajetória de vida de Jorge Paulo Lemann? Deixe nos comentários a parte que mais chamou sua atenção.
Fotos de Jorge Paulo Lemann