Angela Merkel
Angela Merkel, uma das figuras políticas mais influentes do século XXI, é reconhecida como a Ex-Chanceler da Alemanha e líder mundial de destaque. Durante seus 16 anos no cargo, Merkel se destacou por sua liderança, guiando a Alemanha e a União Europeia por crises econômicas e na política global.
Conheça mais da trajetória da mulher que, mesmo sem filhos, foi apelidada de “Mutti” (mamãe) pelos alemães e que, por suas decisões e liderança, se tornou um ícone de poder e respeito internacional.
Quem é Angela Merkel?
Angela Dorothea Merkel, nascida Kasner, em Hamburgo, em 1954, foi a primeira mulher a ocupar o cargo de chanceler na Alemanha. Com uma carreira marcada pela superação de barreiras, Merkel, uma cientista formada em física, se destacou por sua abordagem meticulosa e pragmática na política.
Seu impacto na cena internacional a posicionou como uma líder que transcendeu fronteiras, sendo admirada e respeitada por governantes de todo o mundo.
Bibliografia
Merkel nasceu em 17 de julho de 1954, em Hamburgo, na então Alemanha Ocidental. Filha de Horst Kasner, um pastor luterano, e Herlind Kasner, uma professora de latim e inglês, Angela foi a mais velha de três filhos.
Angela tinha apenas semanas de vida quando a família se mudou para Quitzow, uma pequena vila no estado de Brandemburgo, na Alemanha Oriental, onde cresceu e passou sua juventude em meio à tensão da Guerra Fria e pelo regime comunista da República Democrática Alemã (RDA).
Apesar das dificuldades do regime comunista, Merkel se destacou academicamente, especialmente em ciências, e desenvolveu uma paixão pela língua russa.
Formação
Angela Merkel decidiu cursar Física na Universidade Karl Marx, em Leipzig, uma escolha incomum para mulheres da época, especialmente em uma Alemanha dividida. Durante seus estudos, conheceu seu primeiro marido, Ulrich Merkel, de quem adotou o sobrenome que mantém até hoje.
Após se divorciar em 1982, Merkel continuou sua carreira acadêmica, concluindo seu doutorado em Química Quântica em 1986. Seu envolvimento na política iniciou pouco depois da queda do Muro de Berlim, quando ingressou no Partido Despertar Democrático.
Primeira mulher chanceler da Alemanha
Com a queda do Muro de Berlim em 1989, Angela Merkel viu a oportunidade de entrar na política. Ingressou no recém-criado Partido Despertar Democrático, e rapidamente se destacou, assumindo o papel de porta-voz.
Em 1990, após a reunificação da Alemanha, Merkel se filiou à União Democrata Cristã (CDU), e sua ascensão foi rápida. Em 2000, tornou-se a primeira mulher a liderar a CDU, superando desafios internos e o ceticismo de seus colegas de partido.
Em 2005, Merkel alcançou o auge de sua carreira política ao ser eleita a primeira mulher chanceler da Alemanha. Sua vitória marcou não apenas um avanço significativo para as mulheres na política, mas também o início de uma nova era para a Alemanha.
Durante seu mandato, Merkel enfrentou inúmeras crises, desde a crise financeira global de 2008 até a crise do euro, e mais tarde, a crise migratória de 2015. Cada desafio foi abordado com uma combinação de pragmatismo e compaixão, solidificando sua reputação como uma líder global de destaque.
Abertura das fronteiras
Um dos momentos mais notáveis do governo de Angela Merkel foi sua decisão de abrir as fronteiras da Alemanha em 2015 para mais de um milhão de refugiados, em grande parte oriundos da Síria e outras regiões em conflito. Esta decisão, que atraiu elogios e críticas, refletiu o profundo compromisso de Merkel com os direitos humanos e a solidariedade.
Mesmo enfrentando oposição interna e de outros países europeus, Merkel se manteve firme, argumentando que a Alemanha, como uma das nações mais prósperas do mundo, tinha a responsabilidade de ajudar.
Covid-19
Durante a pandemia de Covid-19, Merkel demonstrou, mais uma vez, sua capacidade de liderança em tempos de crise. Sua formação científica foi crucial na implementação de medidas rigorosas para conter a disseminação do vírus na Alemanha.
Além disso, Merkel desempenhou um papel central na criação de um fundo europeu de recuperação econômica, garantindo que os países mais afetados pela pandemia pudessem se recuperar. Este fundo, que injetou bilhões de euros na economia europeia, foi um dos passos mais significativos para a solidariedade europeia desde a criação da União Europeia.
Angela Merkel e o Brasil
Merkel teve uma relação próxima com o Brasil durante seu tempo como chanceler. Ela visitou o país em várias ocasiões, sendo uma das mais memoráveis durante a Copa do Mundo de 2014, onde assistiu à final ao lado da então presidente Dilma Rousseff.
A então chanceler também acompanhou a histórica derrota do Brasil para a Alemanha por 7 a 1, um evento que ficou marcado na memória coletiva dos brasileiros.
Vida pessoal
Na vida pessoal, Merkel é conhecida por sua simplicidade e discrição. Casada desde 1998 com o químico quântico Joachim Sauer. Merkel não tem filhos, mas ela tem dois enteados, filhos do segundo marido, de um casamento anterior.
Ela é famosa por sua habilidade de separar a vida pública da privada, raramente permitindo que a mídia tenha acesso a detalhes íntimos de sua vida pessoal.
Prêmios
A trajetória de Angela Merkel foi reconhecida com diversos prêmios internacionais. Em 2009, ela recebeu o Prêmio Jawaharlal Nehru para Compreensão Nacional, da Índia, em reconhecimento aos seus esforços pela boa governança e desenvolvimento sustentável.
Em 2022, Merkel foi agraciada com o Prêmio Nansen, da ONU, por sua atuação na crise dos refugiados de 2015.
E em 2023, recebeu o Prêmio da Paz da Unesco, por sua decisão corajosa de acolher mais de 1,2 milhão de refugiados no auge da crise migratória.