O conselho de administração da XP (XPBR31) aprovou um novo programa de recompra de ações, no qual a companhia poderá recomprar até R$ 1 bilhão de suas ações ordinárias de Classe A, com base nos preços de mercado vigentes ou em transações privadas, em um período que vai de 23 de maio de 2024 até a conclusão do programa de recompra ou 31 de dezembro de 2024.
Segundo a companhia, o conselho da instituição revisará o programa de recompra de ações da XP periodicamente e pode autorizar ajustes aos seus termos e tamanho, suspender ou descontinuar o programa. A recompra será realizada com o caixa existente da companhia.
Além disso, o conselho também autorizou a administração a nomear uma corretora para o programa de recompra para adquirir ações ordinárias classe A em seu nome no mercado aberto. “O momento, o número e o valor reais das ações recompradas no âmbito do programa de recompra dependerão de vários fatores, incluindo restrições especificadas na Regra 10b-18, preço, condições gerais de negócios e de mercado e oportunidades de investimento alternativas”, diz a XP, em nota.
O programa de recompra da XP não obriga adquirir qualquer quantidade específica de ações em qualquer período, podendo ser ampliado, prorrogado, modificado ou descontinuado a qualquer momento.
XP vê lucro crescer 29% no 1T24
A XP reportou um lucro líquido de R$ 1,03 bilhão no primeiro trimestre de 2024 (1T24). A cifra representa um aumento de 29% em relação ao mesmo período do ano passado (1T23), mas uma ligeira queda de 1% em comparação ao quarto trimestre de 2023 (4T23), período tradicionalmente mais forte. A corretora de valores diz que esse resultado é graças ao foco em disciplina de custos.
O lucro antes de impostos (EBT) da XP no 1T24 foi recorde, alcançando R$ 1,08 bilhão, um crescimento de 33% ano a ano. Isso resultou em uma melhoria na margem, que subiu quase 1 ponto percentual, chegando a 26,9%, segundo balanço da empresa. “Na comparação anual, tivemos incrementos de lucro e melhora significativa da nossa eficiência operacional, com diversificação de receita, e foco constante nas necessidades dos nossos clientes”, diz o CEO da XP Inc, Thiago Maffra.
O Retorno sobre o Patrimônio Médio (Roae) foi de 20,7% no balanço da XP. Isso representa uma queda de 42 pontos-base em comparação ao trimestre anterior da XP Inc, mas um aumento de 198 pontos-base em relação ao primeiro trimestre de 2023.
Apesar de um período de captação líquida mais fraca da XP, as receitas aumentaram 28% em comparação ao primeiro trimestre do ano passado, totalizando R$ 4,3 bilhões. A divisão de atacado, que inclui grandes empresas e transações no mercado de capitais, teve um aumento significativo de 91% nas receitas, somando R$ 509 milhões.
No segmento de varejo, de janeiro a março deste ano a receita da XP atingiu R$ 3,13 bilhões, um crescimento de 22% em relação ao mesmo período de 2023. A renda fixa destacou-se com um crescimento anual de 112%, alcançando R$ 704 milhões em receita no trimestre. As receitas com cartões subiram 45%, totalizando R$ 297 milhões, aponta o documento.
Mesmo com os juros elevados, a renda variável da XP contribuiu com mais de R$ 1,12 bilhão na receita bruta, um aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Em contrapartida, a receita Institucional da XP Inc foi de R$ 354 milhões no 1T24, uma redução de 14% em comparação ao trimestre anterior, mas um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda sequencial foi atribuída à menor atividade de clientes institucionais no Brasil.
Ativos sob custódia de clientes ultrapassa R$ 1 trilhão; despesas aumentam 36%
Os ativos sob custódia de clientes totalizaram R$ 1,14 trilhão no 1T24, um crescimento de 20% em base anual e 2% trimestral. Esse aumento anual foi impulsionado por ingressos líquidos de R$ 103 bilhões e valorização de mercado de R$ 84 bilhões. “Acreditamos que é um melhor indicador, o qual reflete as operações da companhia, permitindo uma comparação mais significativa com outros concorrentes”, diz a empresa no balanço.
No 1T24 da XP, a captação líquida foi de R$ 15 bilhões, com a captação líquida do varejo crescendo 7% em relação ao trimestre anterior, totalizando R$ 13 bilhões. Os clientes ativos aumentaram 16% ano a ano e 1% trimestre a trimestre, totalizando 4,5 milhões.
As despesas administrativas gerais da XP aumentaram 36%, atingindo R$ 1,4 bilhão. O índice de eficiência, que mede a relação entre despesas administrativas, de vendas e gerais e a receita líquida, foi de 36,5% nos últimos doze meses, reduzindo-se de 40,4% um ano antes.