As ações da Mosaico (MOSI3) registram queda de 5,9% às 14h50 do pregão desta terça-feira (18), logo após a companhia reportar seus resultados trimestrais, abaixo das expectativas do mercado.
No balanço, publicado na noite de segunda-feira (17), a Mosaico demonstrou que saiu no zero a zero no primeiro trimestre, com prejuízo líquido de R$ 53 mil, revertendo o lucro líquido de R$ 8,9 milhões registrados no mesmo período do ano passado.
Apesar da reação negativa do mercado, a XP Investimentos manteve a recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 38 por ação ordinária em 2021.
“Mosaico reportou os resultados referentes ao 1T21, com a receita 4% abaixo da nossa, mas EBITDA 6% acima por conta de menores despesas com vendas/marketing. O lucro líquido veio bastante abaixo do nosso por conta de um efeito pontual de maiores despesas financeiras relacionadas ao pré-pagamento da dívida relacionada à aquisição do Buscapé”, diz relatório da XP Investimentos.
No documento, a XP ressalta:
- Forte pipeline inovação, com plataforma de cashback com o BTG Pactual (BPAC11).
- Tempo de adaptação dos consumidores aos novos níveis de preços de eletrônicos e linha branca.
- Ambiente competitivo no e-commerce, dado que a Mosaico gera tráfego para as plataformas.
- Aumento dos dados de clientes com cashback e ativação ativações direcionadas em decorrência disso.
- Implementação e conteúdo no Buscapé como redutor de custo de aquisição de cliente (CAC).
Dentre os números da companhia, chamam atenção a queda de 15% da relação CAC-Visita, comparando de trimestre a trimestre, a manutenção da participação do tráfego orgânico em 38%, e um crescimento da métrica GMV-Visita, que subiu 14% ano a ano. O último dado é utilizado para estimar conversão de vendas.
Por outro lado, a Mosaico apresenta uma performance de vendas decrescente, com 18% ao ano neste trimestre, ante 30% no último trimestre de 2020 e 170% nos nove primeiros meses de 2020. Além disso, há pressão na margem bruta “devido ao aumento no custo do aluguel de servidores (em dólares) e maiores volumes de serviços”, segundo a XP.
Entenda a plataforma de cashback
A Mosaico deu início, na última terça-feira (11), a uma plataforma de cashback que é implementada de forma gradual para os consumidores da marca Zoom, e feita em parceria com o banco BTG Pactual. Na visão da XP, a ferramenta é importante para a retenção e monetização de clientes da companhia.
A plataforma de cashback foi desenvolvida internamente pela Mosaico, em quatro meses. O objetivo da funcionalidade nova é de aumentar a participação da companhia na fase final do funil de compras. O BTG ficará no encargo de gerir a carteira virtual – wallet – do serviço.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa diz que a plataforma deve tornar a experiência dos usuários ainda mais completa e fluida.
“Além de se educar com nosso conteúdo editorial, consultar preços em centenas de lojas e decidir o melhor momento para comprar, agora poderão acumular cashback em compras realizadas a partir de nossas plataformas de uma forma fácil, precisando apenas estar logado para receber o benefício”, diz a Mosaico.
Outros números da Mosaico
A empresa registrou prejuízo mesmo com a sua receita líquida avançando 18,4% na base anual, saindo de R$ 43,3 milhões para R$ 51,2 milhões. O volume bruto de mercadorias (GMV) cresceu 28,7%, saindo de R$ 790 milhões para R$ 1,01 bilhão.
As visitas nos sites da companhia, que incluem o Buscapé, o Zoom e outros, também avançaram, com alta de 12,7%, para 186,9 milhões, no período de janeiro a março deste ano. A média do número de usuários ativos por mês cresceu 56,7%, para 5,4 milhões.
Apesar de a receita ter avançado e os números dos sites também, a Mosaico viu a sua margem bruta recuar 2,1 pontos percentuais, para 89,3%.
“Essa queda de margem é explicada pelo aumento no custo com aluguel de servidores que, por sua vez, reflete a alta do dólar norte-americano e o maior volume de serviços”, explica a Mosaico.