A XP manteve recomendação de compra em brMalls (BRML3) a um preço-alvo de R$ 13,00 por ação, após os resultados do terceiro trimestre de 2022 em linha com o que era esperado pelo mercado.
O lucro líquido ajustado da brMalls, registrado no balanço do 3T22 divulgado na noite de quinta-feira (10), foi de R$ 140,9 milhões, impulsionados por um crescimento resiliente do aluguel nas mesmas lojas (SSR) de 37,8% em relação a 2019, levando a um aumento de 27,6% na receita de aluguel em relação a 2019.
Na visão da XP, os números do fluxo de caixa operacional (FFO, na sigla em inglês) despontaram com um aumento de 56,5% em relação ao ano passado. “O FFO ajustado acelerou para R$ 167 milhões, superando nossas estimativas em 10,6%.”, disse Ygor Altero, head de Real Estate, em relatório.
A XP também destacou que a efetividade nas regras de cobrança de inadimplentes levou a uma taxa de inadimplência líquida negativa de 2,5%, queda de 1,4% em comparação com o trimestre anterior.
Isso fez com que as taxas de ocupação caíssem ligeiramente para 96,8%, embora ainda sejam avaliadas em um nível considerado saudável.
“Vale ressaltar que o custo de ocupação atingiu 11,2% (+0,6 pp vs. 2T22), o que ainda vemos como saudável, abrindo espaço para que a brMalls continue melhorando os repasses de aluguéis daqui para frente”, afirmou.
Além disso, as despesas com vendas da brMalls também diminuíram em relação ao ano passado, com baixa de 78,8%. A XP avaliou que esse cenário se deu, “principalmente pela reversão da provisão para devedores duvidosos (PDD), atingindo R$ 3,6 milhões”.
Em contrapartida, as despesas gerais e administrativas aumentaram 16,2% ao ano, explicadas por maiores gastos com pessoal.
Já o Ebitda ajustado, sigla em inglês para lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização, obteve um desempenho positivo, na visão da corretora de investimentos.
brMalls: receita tem alta
“A brMalls melhorou sua alavancagem (Dívida Líquida/EBITDA Ajustado), atingindo 2,1x (vs. 2,4x no 2T22). Além disso, no 3T22 a empresa aprovou a emissão de R$ 900 mi em debêntures, com taxa de juros de CDI+1,4%, buscando aumentar a duration de seu endividamento, o que acreditamos ser razoável”, destacou o documento.
A receita líquida teve alta de 21,1%, totalizando R$ 371,4 milhões.
A melhora nos resultados da BrMalls vem também do crescimento das receitas de aluguel (devido à queda na inadimplência e à recuperação de valores atrasados), combinada com aumento nas receitas com estacionamento e mídia.
O faturamento com aluguéis cresceu 18,4%, para R$ 268,3 milhões, enquanto a receita de estacionamento aumentou 36,9%, para R$ 83,4 milhões.
A receita de mídia aumentou 85,3%, alcançando R$ 26,5 milhões (o equivalente a 6,6% da receita bruta total do grupo), dando continuidade à estratégia da BrMalls crescer no mercado de publicidade.
Os custos operacionais dos shoppings tiveram um forte aumento de 65,2%, totalizando R$ 45,1 milhões. A linha com a maior alta foi a “demais custos”, em que aparecem as comissões pagas pela empresa de mídia Helloo, e os gastos de concessões nos shoppings dos metrôs Santa Cruz, Estação BH e Vila Velha.
As despesas gerais e administrativas aumentaram 16,2%, para R$ 59,3 milhões.
O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) ficou negativo em R$ 121,7 milhões, uma deterioração de 36,7%.
As ações da brMalls encerraram o pregão desta sexta (11) em quedasde 4,17%, cotadas a R$ 8,73.
Com informações do Estadão Conteúdo