A XP lançou, nesta terça-feira (25), a versão beta do seu Pix, meio de pagamento eletrônico imediato e sem taxas que funciona no Brasil desde novembro de 2020, através do Banco Central (BC).
O movimento XP se dá como modo de não perder espaço para a concorrência e, por ora, fica disponível somente para 2,5 mil clientes, grupo seleto com funcionários do banco e agentes autônomos, responsáveis por fazer os testes.
Até julho, todos os clientes já poderão utilizar o Pix, de acordo com o líder de produtos digitais da XP, Bruno Guarnieri.
Segundo ele, a ideia é usar o serviço por meio do aplicativo, onde o cliente terá a oportunidade de cadastrar quatro chaves diferentes.
Quando o Pix foi oficialmente lançado, no fim do ano passado, a ausência da XP entre as instituições habilitadas para rodar o serviço surpreendeu o mercado. Afinal, os concorrentes, como o BTG (BPAC11), aderiram a primeira fase do meio de pagamento e a XP poderia estar ficando para trás. Mas a instituição argumentou que estava desenvolvendo a tecnologia para oferecer o serviço no momento certo e sem problemas técnicos.
O presidente do Banco XP, José Berenguer, destaca que do ponto de vista de rentabilidade, o Pix não fará diferença. “O lançamento é mais uma funcionalidade para que o cliente fique dentro do nosso ecossistema.”
Dentro dessa estratégia, o primeiro movimento foi o lançamento do cartão de crédito da instituição, em março – pelo balanço do primeiro trimestre o volume de transações já havia alcançado R$ 500 milhões nas primeiras semanas do produto. A instituição também quer explorar o mercado de crédito.
O objetivo, segundo o presidente, é oferecer um número maior de serviços para que o cliente da XP não precise ir buscar no concorrente.
Para ele, o banco começou com o mais difícil que é o investimento financeiro e envolve uma relação de confiança dos clientes. Isso dá uma vantagem ao banco em relação ao avanço das fintechs, diz o executivo. Hoje, o banco tem cerca de 3 milhões de clientes, e a maioria possui contas em bancos tradicionais.
XP também lançará conta digital
Além disso, a XP planeja para o segundo semestre deste ano o lançamento da conta digital para o mercado — a estreia está sendo aguardada desde o ano passado. Hoje, a instituição tem uma conta digital para serviços de corretora, com opções limitadas. “O que vamos oferecer é uma conta com todos os serviços para o cliente”, afirma Guarnieri.
Na avaliação do diretor de Finanças da consultoria Roland Berger, João Bragança, os lançamentos da XP são um movimento de ataque contra os “bancões”.
“A instituição tem uma base de cliente com renda alta e fiel. Nada melhor do que oferecer serviços para eles e brigar pelos correntistas de grandes instituições.” Mas o especialista não vê isso acontecendo enquanto a XP não lançar a conta digital. “Sem isso fica difícil concentrar a vida financeira no banco. Só os investimentos.”
Em relação ao Pix, Bragança afirma que a ferramenta vai dar mais agilidade aos investidores, mas não acrescenta novos clientes para o banco.
O movimento feito pela XP tem sido recorrente no setor bancário. Com a mudança de hábitos da população, impulsionado pela pandemia, os bancos digitais aceleraram sua participação no País e têm feito até os bancos tradicionais se movimentarem para não perder espaço no mercado. No ano passado, segundo um levantamento do UBS Evidence Lab, a parcela de downloads de aplicativos dos novos players ultrapassou a fatia das grandes instituições pela primeira vez.
(Com informações do Estadão Conteúdo)