XP seleciona os 21 melhores fundos multimercados para investir; veja lista
A XP Investimentos divulgou relatório dos melhores fundos de investimentos do mercado. Da lista dos fundos multimercados, os analistas selecionaram 21 ativos para investir.
Segundo a XP, embora a mediana dos fundos de multimercado feche abaixo do CDI, a perspectiva de alocação nessa classe segue positiva para os meses seguintes.
“Quando bem selecionados e na exposição correta a cada perfil de risco, os fundos multimercados aumentam o retorno esperado das carteiras, reduzindo a sua volatilidade pela sua baixa correlação com as principais classes de ativos (renda fixa e renda variável)“, informa a corretora
Confira a lista dos fundos recomendados:
No mês de novembro, o IHFA, que é o principal índice de fundos multimercados do Brasil, apresentou uma variação de 2,06%.
Em relação à performance por subclasses, os fundos Macro Alta Vol se destacaram com alta de 1,97%. Entre eles o Absolute Vertex Advisory FIC FIM e o AZ Quest Multi Max FIC FIM.
O fundo da Az Quest teve um retorno de 2,99% em novembro. Já nos últimos 12 meses, a rentabilidade do fundo foi de 13,83%. O Absolute Vertex registrou retorno de 3,27% no mês e 11,56% nos últimos 12 meses.
Enquanto os Long Short apresentam variação de 1,52% no mês, os fundos sistemáticos registraram variação de 0,77%.
O mês de novembro ainda foi marcado por um cenário global favorável aos ativos de risco, impulsionado por dados econômicos mais fracos nos Estados Unidos e uma tendência global de “risk-on”. Além disso, observaram-se o fechamento das curvas de juros e a valorização dos índices de bolsa, tanto globais quanto brasileiras.
Fundos multimercados: gestores estão otimistas com mercado, diz XP
Os gestores de fundos estão otimistas com as perspectivas futuras, informa a XP. Um dos motivos é a tendência de redução das taxas de juros e seu impacto na demanda agregada. “A recuperação observada em novembro, aliada a valuations atrativos em alguns ativos, foi vista como uma oportunidade de compra interessante”, diz a corretora.
Em novembro, as contribuições positivas vieram de diversos setores, com destaque para posições compradas em empresas brasileiras e estratégias em juros nominais e reais. Por sua vez, as estratégias em câmbio local apresentaram resultados mistos, com posições vendidas em real gerando resultados negativos.
Nos mercados internacionais, as posições em juros dos EUA foram geralmente positivas, enquanto as posições em juros da África do Sul tiveram desempenho negativo.
Em resumo, mostra a XP, os fundos multimercados destacaram-se por sua capacidade de navegar por diferentes momentos do ciclo econômico, ajustando estratégias para maximizar retornos e minimizar riscos. “Os gestores seguem com uma abordagem equilibrada e diversificada, refletindo a confiança na sua capacidade de alocação de longo prazo e adaptabilidade às mudanças de mercado.”
Ano difícil
Grande parte dos fundos de multimercados vem obtendo resultados abaixo do esperado em 2023, principalmente quando comparado aos rendimentos do ano anterior.
No geral, segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais), os fundos de investimentos tiveram mais saídas do que aportes de janeiro a setembro, totalizando R$ 84,6 bilhões de resgates líquidos.
Os dados mostram que o resultado foi puxado pelas classes de multimercados, ações e renda fixa. Os fundos de multimercados tiveram uma retirada líquida de R$ 57 bilhões, sendo responsável pela maioria dos resgates.
Para Marco Prado, CIO da BullSide Capital, um dos fatores que influenciaram as retiradas foi um cenário macroeconômico mais imprevisível. “O investidor migrou para produtos mais seguros. No caso, a renda fixa, pois a renda variável ficou completamente exposta.”
A dificuldade dos gestores de captar tendências econômicas também foi apontada por analistas como um dos pontos de dificuldades dos fundos. Segundo João Arthur, CIO da Suno Wealth, a classe de multimercado para operar bem precisa ter um cenário de volatilidade, a fim de tomar risco.
“Tivemos o mercado piorando de janeiro a março, dando uma oportunidade do mercado de bolsa, câmbio e juros operar de maneira pessimista, mas não operou. Novamente, nos últimos dois e três meses, o mercado piorou, mas a cota dos fundos de multimercado não reagiu”, explica Arthur.
Grande parte dos gestores de fundos que tiveram boa rentabilidade adotoram um posicionamento mais pessimista do que a maioria do mercado, apostando em um recuo mais moderado do juros e menor crescimento da bolsa brasileira.
Neste contexto, Arthur também cita oportunidades no mercado exterior, como a alta do tesouro americano (treasuries) e a própria subida da bolsa norte-americana, que não foram captadas pelos fundos de multimercado.
O IFHA (Índice de Hedge Funds Anbima), indicador de referência para fundos multimercados, avançou 5% no acumulado do ano, menos que o CDI, que teve rentabilidade de 10%.
Como escolher o melhor fundo?
O primeiro passo para escolher um fundo multimercado é analisar seu perfil de investidor, além dos objetivos para aquele investimento. Em seguida, é preciso ficar atento às taxas que podem ser cobradas e conferir se são compatíveis com a estratégia.
Uma outra recomendação importante para investir em fundos multimercados é buscar o máximo de informações sobre eles, como desempenho ao longo dos anos e se obteve resultados satisfatórios.
Analisar a volatilidade e a liquidez dos fundos multimercados, assim como buscar o máximo de informações sobre ele, também é fundamental antes de começar a investir.