Além de ser a companhia com os maiores dividendos do setor financeiro da bolsa, o Banco do Brasil (BBAS3) deve aumentar o patamar de pagamento de proventos no ano de 2024, segundo projeções da XP Investimentos.
Conforme os dados da casa, as ações do Banco do Brasil devem ostentar um pagamento proporcional de dividendos (dividend yield, ou DY) de 11,6% neste ano.
Já para o ano de 2024, os dividendos do Banco do Brasil devem representar um yield de 12,2%, seguindo como o banco que mais paga proventos.
Segundo dados do Status Invest, atualmente o yield de BBAS3 é de 10,65%, dados os R$ 4,17 pagos por ação ordinária nos últimos 12 meses.
Segundo a XP, o único banco que tem potencial de ter um yield de dois dígitos, além do Banco do Brasil, é o Banrisul (BRSR6).
A estimativa é de que o banco gaúcho feche este ano com pouco mais de 7,5% de DY, mas suba esse patamar para 10,5% no ano que vem.
Atualmente os papéis somam yield de 9,1%, segundo os dados atualizados do Status Invest, com R$ 0,88 pagos por ação.
Banco do Brasil é um dos “protagonistas” dos fundos, diz gestor da Suno
Em entrevista ao Gestão Ativa, quadro semanal do YouTube do Suno Notícias, o CIO da Suno Asset, Vitor Duarte, destaca que dentro da seleção de ativos da casa, as ações do Banco do Brasil seguem dentro das carteiras de ações como um dos protagonistas, sendo um ativo resiliente para o momento atual e com exposição a setores mais seguros – como o agronegócio.
Segundo o gestor da Suno, a análise ‘bottom-up’ da gestora prevê que a casa não compre uma cesta de ações de bancos, mas escolha um player só e, nesse sentido, o BBAS3 foi o ‘cavalo escolhido’.
“O Banco do Brasil tem uma presença muito forte no agro. Além disso, o banco tem uma gestora que já é a maior da América Latina e ainda cresceu muito. Lá tem muita renda fixa, e renda fixa está sendo muito demandada com os juros altos. Ou seja, BB DTVM que já era gigante, cresceu ainda mais. É o tipo de negócio que gostamos”, comenta.
BBAS3 é ação mais recomendada do setor
Conforme apurado pelo Suno Notícias, as ações do Banco do Brasil são, de fato, praticamente uma unanimidade dentre analistas, na toada do último resultado trimestral com um lucro bilionário acima do previsto e uma revisão de guidance que animou o mercado.
Em um compilado de dezembro de 2022, 14 de 16 analistas recomendavam compra das ações do Banco do Brasil, incluindo avaliações de bancos e corretoras como XP, Credit Suisse, JP Morgan e Scotiabank.
A média estimada foi de R$ 55,20 de preço-alvo, ao passo que os papéis são negociados na casa dos R$ 40.
Renan Manda, analista que cobre o setor financeiro na XP, destaca que o banco é de longe o mais resiliente no setor e tem uma seguridade muito maior em relação aos pares.
Além disso, enxerga os múltiplos como muito baratos, dado o patamar atual, especialmente considerando o múltiplo de 0,7x preço sobre valor patrimonial.
“O Banco do Brasil acaba tendo menos provisão e a carteira cresce bastante com risco baixo. Isso traz mais receita com menos PDD (Provisão para Devedores Duvidosos), e isso puxa o lucro muito para cima. O BB fica acima do ROE (Retorno sobre Patrimônio) de outros bancos, de 20%. Quando olhamos P/L, o lucro cresceu muito, e o múltiplo continua baixo. Ele parece muito descontado. Historicamente o BB tem desconto em relação aos pares por ser estatal”, comenta.