Xiaomi obtém liminar contra proibição de investimentos norte-americanos

A Xiaomi, terceira maior vendedora de smarthphones do planeta, conseguiu uma liminar na Justiça norte-americana contra a proibição de receber investimentos oriundos dos Estados Unidos, estabelecida pelo ex-presidente Donald Trump em seus últimos dias de mandato.

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A liminar foi emitida pelo juiz federal Rudolph Contreras, na última sexta-feira (12). Segundo ele, a decisão do Pentágono de colocar a Xiaomi em uma lista de atenção do Departamento de Defesa do país, por estar supostamente ligada a serviços militares da China, seria “profundamente falha”.

“A Xiaomi é uma empresa de capital aberto que produz produtos comerciais para uso civil, é controlada por seu conselho independente e acionistas controladores e não é efetivamente controlada ou associada a terceiros sob a propriedade ou controle da RPC (República Popular da China) ou de seus serviços de segurança”, disse o juiz.

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A gigante da tecnologia disse estar “satisfeita” com a decisão, salientando que buscará a remoção total da proibição de investimentos. A empresa deu entrada no Tribunal Distrital dos EUA em Washington, D.C., com uma ação buscando apagar a designação.

Acusação tem origem em prêmio de fundador da Xiaomi

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos, no fim do ano passado, justificou a decisão citando um prêmio concedido ao fundador da Xiaomi, Lei Jun, em 2019, por seus serviços ao Estado chinês. Outra alegação norte-americana são as ambições da empresa em 5G e inteligência artificial.

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A decisão do tribunal considerou o raciocínio “deficiente”. Contreras salientou que mais de 500 empresários receberam um prêmio semelhante recentemente. O juiz disse ainda que 5G e novas tecnologias  “estão se tornando rapidamente o padrão da indústria para dispositivos eletrônicos de consumo” e o investimento em inteligência artificial não sugere, necessariamente, uma atividade militar.

Embora a liminar apenas conceda um indulto à companhia, o juiz afirmou que a medida do Departamento de Defesa causou danos irreparáveis e que a empresa deve conseguir a revogação total da proibição de investimentos.

As ações da Xiaomi (HKG: 1810) despencaram após sua inclusão na lista de atenção do Departamento de Defesa. Os papéis listados na Bolsa de Valores de Hong Kong recuam mais de 35% neste ano.

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Jader Lazarini

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