A corretora de seguros Wiz (WIZS3) informou nesta sexta-feira (27) que recebeu o termo de renúncia do membro titular do conselho de administração da companhia, Camilo Godoy.
No documento enviado ao mercado, a companhia esclarece que “o conselheiro renunciante outorga a Wiz a mais plena, irrevogável, irretratável, ampla, rasa e geral quitação, para nada mais reclamar, receber ou repetir, seja a que título for”.
A corretora de seguros apontou que convocará uma Assembleia Geral Extraordinária, em até 30 dias, para eleger o novo membro do Conselho de Administração, “que completará o mandato do Conselheiro renunciante”.
Vale lembrar que a Polícia Federal (PF) deflagrou na última quinta-feira (26), juntamente com o Ministério Público Federal e a Receita, a Operação Descarte que envolve a corretora de seguros. Os auditores fiscais e os policiais realizam busca e apreensão em 13 alvos localizados em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
De acordo com a PF, o ex-CEO e membros da diretoria da empresa entre 2014 e 2016 são suspeitos de lavagem de dinheiro em um esquema que envolve os ex-presidiários da Lava Jato, Alberto Youssef e Adir Assad. No período de 2014 a 2016 três diretores da Wiz teriam desviados valores que podem chegar a R$ 28,3 milhões.
O atual CEO da Wiz, Heverton Peixoto, não é investigado.
Wiz monta comitê especial e analisará denúncias da PF
A companhia informou, na noite da última quinta-feira, que criará um comitê especial para apurar detalhadamente as denúncias da Polícia Federal que originaram a busca e apreensão na sede da empresa. A informação foi divulgada por meio de um fato relevante.
Segundo a Wiz, foi realizada a contratação do escritório de advocacia Cescon, Barrieu, Flesch & Barreto Advogados, que atua no segmento de compliance e investigações corporativas, para ajudar nas apurações. A companhia salientou que irá instrumentalizar e munir o comitê de “recursos técnicos, humanos e financeiros necessários aos trabalhos a serem desempenhados”.
De acordo com o fato relevante, também foi determinada à diretoria executiva a “realização de todos os atos necessários ao fiel cumprimento das deliberações e recomendações do comitê”, inclusive ao informar aos colaboradores e prestadores de serviço, se necessário, sobre o dever de ampla e irrestrita cooperação com o comitê.
A Wiz reiterou que desconhece qualquer indício da prática de ilícitos, sendo que os fatos apurados datam do período compreendido entre 2014 e 2016. “A Wiz continuará adotando as medidas necessárias para a apuração completa dos fatos pretéritos, sempre se colocando à disposição das autoridades em busca da apuração rigorosa dos fatos”, diz o comunicado.