A Wiz (WIZS3) informou, na noite da última quinta-feira (27), que criará um comitê especial para apurar detalhadamente as denúncias da Polícia Federal que originaram a busca e apreensão na sede da empresa. A informação foi divulgada por meio de um fato relevante.
Segundo a Wiz, foi realizada a contratação do escritório de advocacia Cescon, Barrieu, Flesch & Barreto Advogados, que atua no segmento de compliance e investigações corporativas, para ajudar nas apurações. A companhia salientou que irá instrumentalizar e munir o comitê de “recursos técnicos, humanos e financeiros necessários aos trabalhos a serem desempenhados”.
Foi determinado o início imediato dos trabalhos do comitê, mediante assessoria do escritório contratado. Farão parte do comitê especial os seguintes executivos:
- Otavio Yazbek, membro externo à companhia, que será o coordenador;
- João Pinheiro Nogueira Batista, membro independente do Conselho de Administração;
- Elício Lima, membro do Conselho de Administração;
- Heverton Pessoa de Melo Peixoto; diretor presidente e de Relações com Investidores.
De acordo com o fato relevante, também foi determinada à diretoria executiva a “realização de todos os atos necessários ao fiel cumprimento das deliberações e recomendações do comitê”, inclusive ao informar aos colaboradores e prestadores de serviço, se necessário, sobre o dever de ampla e irrestrita cooperação com o comitê.
A companhia reiterou que desconhece qualquer indício da prática de ilícitos, sendo que os fatos apurados datam do período compreendido entre 2014 e 2016. “A Wiz continuará adotando as medidas necessárias para a apuração completa dos fatos pretéritos, sempre se colocando à disposição das autoridades em busca da apuração rigorosa dos fatos”, diz o comunicado.
Executivos da Wiz teriam desviado até R$ 28,3 milhões
Na última quinta-feira, a Polícia Federal deflagrou, juntamente com o Ministério Publico Federal e a Receita, a Operação Descarte, envolvendo a Wiz. O ex-CEO e membros da diretoria da empresa entre 2014 e 2016 são suspeitos de lavagem de dinheiro em um esquema que envolve Alberto Youssef e Adir Assad, acusados pela Lava Jato.
O atual CEO da Wiz, Heverton Peixoto não é investigado.
No período de 2014 a 2016 três diretores da Wiz teriam desviados valores que podem chegar a R$ 28,3 milhões.
Na operação, foi determinado o sequestro de valores que superam o montante de R$ 27 milhões, assim como um apartamento no Rio de Janeiro avaliado em R$ 5,5 milhões. Ademais, os então três diretores da Wiz estão suspensos de atuarem em atividade de natureza econômica ou financeira.