Markus Braun, ex-presidente da Wirecard, fintech de pagamentos alemã, foi preso em Munique na noite da última segunda-feira (22). Nos últimos dias, foi reveleada uma fraude contábil, onde inexistiam cerca de US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 10,34 bilhões) que a fintech dizia ter em caixa.
Segundo informações dos promotores alemães, o ex-diretor executivo da Wirecard foi preso por apresentar informações falsas. Braun foi o maior acionista da companhia e atuou como CEO por quase 20 anos, até apresentar sua renúncia na última sexta-feira (19).
A divulgação da prisão do executivo é mais um baque à fintech, que parece ter sido a vítima da maior fraude contábil da Europa em anos.
O caso tomou proporções relevantes após dois bancos nas Filipinas negarem a existência de contas no valor de 1,9 bilhão de euros em nome da companhia. As instituições financeiras ainda informaram nunca terem tido posse desses recursos.
A saída do executivo da empresa iniciou um movimento de queda acentuada dos papéis da fintech. Nos últimos quatro dias, a empresa perdeu mais de 82% em valor de mercado — atualmente, suas ações são negociadas a 17,40 euros, enquanto até a última quinta-feira (18) estavam cotadas a 100,48 euros.
Dessa maneira, a Wirecard comunicou que a renúncia do maior acionista da companhia teve um efeito imediato quando o mesmo solicitou sua retirada. O membro do Conselho de Administração, James H. Freis, passou a atuar como diretor executivo interino.
Braun, que se entregou à polícia, é acusado de “inflar o volume de vendas da Wirecard com recursos falsos”, segundo o promotor alemão. A investigação se concentra no uso da fintech dos chamados adquirentes de terceiros, que supostamente processavam pagamentos em nome da empresa, apresentando uma falsa imagem de estabilidade financeira.
Segundo a polícia de Munique, o executivo também estava sob suspeita de tornar a Wirecard mais atraente para investidores e clientes do que realmente era.