A Wine (WNBR3) reportou uma alta de 92,4% no seu lucro, mas ainda ficou com um prejuízo líquido de R$ 0,5 milhão, ante um total de R$ 5,9 milhões em prejuízo registrados no mesmo período do ano passado. A companhia indica uma adesão forte no meio digital com mais de dois terços das vendas via e-commerce e mais de 1 milhão de downloads no app.
A Wine também figura como a segunda maior importadora de vinhos nacionais, em dólar, e possui um total de 250 mil pessoas ativas em seu serviço de assinatura. A maior parte do lucro gerado advém desse braço da empresa, com R$ 26,4 milhões.
A companhia teve IPO (oferta pública inicial de ações) em novembro do ano passado, e atua em duas frentes, em suma: varejo do e-commerce e clube de assinaturas.
O seu gasto médio por assinante é de R$ 100 considerando o clube de assinatura, contudo, o valor cai para R$ 51 se considerarmos as operações de e-commerce.
Esse segmento da empresa foi responsável pelo maior salto na receita. Atualmente, segundo o balanço publicado, os resultados B2B (Business to Business) demonstraram um crescimento de 95% em volume de vendas, comparado ao mesmo trimestre do ano passado.
A companhia ressalta que as vendas off-trade foram a grande oportunidade já que, em decorrência da pandemia, houve queda nas vendas on-trade, com a fragilização de setores como bares e restaurantes.
Os fortes resultados online são responsáveis pela maior parte da receita, contudo, a maior relativa foi nos negócios off-line da companhia: crescimento de 124% em um ano, com R$ 12,9 milhões de receita líquida gerados neste trimestre.
No valor global, a receita líquida da Wine cresceu 64,4% comparada ao mesmo trimestre do ano passado, ficando em R$ 96,9 milhões, ante R$ 58,9 milhões. O EBITDA mais do que triplicou, saindo de R$ 2 milhões para um montante de R$ 7,6 milhões – crescimento de 282,2% entre os trimestres.
A relação caixa-dívida da companhia também se tornou mais saudável ao longo do ano. “O saldo de caixa para 1T21 é de R$ 12,4 milhões, aumento de 182% comparado ao 1T20. O endividamento no período reduziu 2% devido amortização de dívida de curto prazo, além de amortização total de forfaiting no montante de R$ 5,5 milhões, que representa uma redução de 72%”, diz o balanço.
Wine adquiriu Cantu por R$ 180 milhões
A companhia comprou a Cantu Importadora, segundo um fato relevante arquivado em seu site de relações com investidores na última sexta-feira (14).
A estrutura logística da empresa adquirida deve dar um potencial de entrega maior à Wine, com capacidade de entregar produtos em até 48h em todas as capitais do país.
A Cantu possui mais de 15 anos de mercado, e opera com marcas de ampla expressão, como Susana Balbo, Sutter Home e Ventisquero. A Wine adquiriu 100% da importadora, que possui mais de 15 mil pontos de venda e 11 mil clientes.
Segundo a companhia, a primeira parcela de R$ 54 milhões será paga na data do fechamento do negócio. E os R$ 126 milhões restantes serão pagos em duas parcelas iguais, sendo a primeira delas em março de 2024 e a segunda em julho de 2024.
“A Transação com a Cantu Importadora reforçará sinergias entre as empresas e acelerará o desenvolvimento do negócio de B2B (on-trade e off-trade), colaborando para que a Wine consolide-se como a principal importadora de vinhos no Brasil”, diz o balanço da Wine.