A W2W E-Commerce de Vinhos, dona da loja online Wine, divulgou a suspensão voluntária da oferta pública de distribuição primária e secundária de ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal.
De acordo com a Wine, o prazo para cumprimento dos vícios sanáveis perante a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) se encerra no dia 17 de dezembro deste ano. Ao passo que “a Companhia, os Acionistas Vendedores e os Coordenadores da Oferta decidiram pela suspensão voluntária da Oferta, por prazo a ser ainda confirmado pela CVM e não superior àquele de cumprimento do vícios sanáveis, e comunicarão tempestivamente ao mercado a decisão sobre retomar, interromper ou cancelá-la”.
Além disso, os investidores que já tenham aderido à Oferta, mediante o encaminhamento de Pedido de Reserva, poderão desistir de participar da Oferta até as 16:00 horas do dia 9 de novembro de 2020, sem quaisquer ônus, tendo direito à devolução dos valores depositados sem qualquer remuneração, juros ou correção monetária, sem reembolso de custos e com dedução.
Por último, a Wine informou que, em caso de decisão pela retomada do IPO, um novo cronograma da Oferta será
oportunamente divulgado, juntamente com uma nova versão do Prospecto Preliminar.
Sobre a Wine
A Wine é um clube de assinatura de vinhos e e-commerce de vinhos. A companhia opera por meio de um modelo direto ao consumidor e uma plataforma omnicanal, que inclui assinatura, e-commerce, B2B, lojas físicas e eventos.
A empresa tem como foco o clube de assinaturas, o Clube Wine, que a companhia entende ser o diferencial para abocanhar vantagem competitiva em um mercado menos disputado em comparação ao de vendas de garrafas avulsas no e-commerce, que se tornou muito concorrido devido à baixa barreira de entrada.
De acordo com a Wine, citando dados da Ideal Consulting, o mercado de vinhos e espumantes no Brasil foi de R$ 16 bilhões em 2019 e continua a registrar um crescente aumento no consumo per capita anual.
Segundo pesquisa demográfica realizada em junho do ano passado, a base de clientes da empresa é composta por pessoas:
- que consomem pelo menos um vinho por semana (88%);
- que possuem carro próprio como principal meio de transporte (88%);
- casadas (71%);
- do sexo masculino (67%);
- com renda individual igual ou superior a R$ 6 mil mensais (67%);
- que têm filhos (66%)
- e possuem animal de estimação (50%).
A receita líquida caiu de R$ 274,419 milhões, em 2018, para R$ 252,752 milhões ao final do ano passado. Não obstante, segundo a Wine, houve uma retomada do crescimento da receita em razão da expansão da base de sócios do Clube de Assinatura. Nesse sentido, o indicador saiu de R$ 115,769 milhões referentes ao primeiros seis meses de 2019 para R$ 146,335 milhões no mesmo intervalo deste ano.
Ao mesmo tempo, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado relativo ao primeiro semestre de 2020 foi de R$ 12,4 milhões, ante resultado negativo de R$ 5,3 milhões em igual período de 2019. A companhia atribuiu o movimento ao crescimento da receita líquida, em especial no e-commerce, e à melhor racionalização das despesas com vendas. Na base anual, o Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 7,089 milhões e em R$ 13,272 milhões, nos anos de 2018 e 2019, respectivamente.
Além disso, a Wine registrou um lucro líquido de R$ 7,549 milhões no ano passado, contra um prejuízo de R$ 21,930 milhões em 2018. Nos primeiros seis meses deste ano, a companhia apresentou uma perda de R$ 342 mil, contra um prejuízo de R$ 3.695 em igual período de 2019.