A Wine, empresa de e-commerce de vinhos, comprou a Cantu Importadora por R$ 180 milhões, segundo um fato relevante arquivado em seu site de relações com investidores na última sexta-feira (14). Com o negócio, a empresa busca dar capilaridade ao seu negócio de B2B e pavimenta o caminho para sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
A Cantu possui mais de 15 anos de mercado, e opera com marcas de ampla expressão, como Susana Balbo, Sutter Home e Ventisquero. A Wine adquiriu 100% da importadora, que possui mais de 15 mil pontos de venda e 11 mil clientes.
Segundo a companhia, a primeira parcela de R$ 54 milhões será paga na data do fechamento do negócio. E os R$ 126 milhões restantes serão pagos em duas parcelas iguais, sendo a primeira delas em março de 2024 e a segunda em julho de 2024.
“A sólida estrutura logística e capacidade operacional para atender a todo o território nacional possibilita sinergias operacionais com potencial de entrega em 48 horas em todas as capitais e principais cidades”, disse a Wine. A Cantu é sediada em Itajaí (SC) e conta com filiais em Minas Gerais, Recife e Minas Gerais.
O negócio, diz o fato relevante, consolida a empresa como a principal importadora de vinhos no Brasil.
“A Wine segue na missão de criar um ecossistema omnicanal para os apaixonados por vinho, consolidando todas as ocasiões de consumo com uma experiência cada vez mais simples e completa.”
IPO da Wine ganha musculatura
O negócio dará solidez à operação da Wine, que recentemente disse que retomará o precesso de abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Em novembro do ano passado, a companhia suspendeu a oferta que poderia levantar até R$ 1 bilhão, em função da “conjuntura do mercado”. Em março deste ano, porém, a empresa disse que avaliava novamente retomar os trabalhos e adiantou que faria uma captação de R$ 120 milhões em debêntures.
Segundo o CEO, Marcelo D’Arienzo, a emissão é uma espécie de transição entre o momento que a empresa vive e a abertura de capital. “Queremos voltar ao plano [de IPO] ainda este ano”, afirmou o executivo à época.
O CEO afirmou que espera fazer a oferta em um momento em que a conjuntura esteja favorável. Esse ano, entretanto, já marcou a desistência de cerca de 30 empresas — mais do que todo ano passado. Caso a Wine queira chegar à Bolsa nos próximos meses, deverá atender demandas do mercado.