WhatsApp deve ser investigado por mudanças na política de privacidade
Parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) formalizaram nesta sexta-feira (22) uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a abertura de uma frente de investigação para apurar se as alterações na política de privacidade do WhatsApp estão em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e com o Código de Defesa do Consumidor.
O WhatsApp já havia anunciado que a mudança na plataforma está prevista para ocorrer a partir de maio deste ano, após ter postergado a data em função da reação negativa que recebeu por parte de seus usuários.
Segundo a Política de Privacidade do aplicativo, para utilizar a plataforma o usuário deverá aceitar que seus dados serão utilizados pelo Facebook (NASDAQ: FB).
Registro de conta, dados de transações, formas de interação. Tudo será utilizado pela principal plataforma de Mark Zuckerberg, para vender anúncios mais personalizados.
“Não está claro para o usuário como se dará o compartilhamento da informação sobre a interação do usuário entre as empresas do Facebook, nem como essa informação será utilizada pelas empresas que contratarem os serviços do Facebook e também não fica claro por quanto tempo o dado será tratado ou qual é a finalidade que deve ser atingida para colocar fim ao tratamento dos dados coletados”, diz um trecho da representação.
Além disso, os petistas observam que os protocolos de compartilhamento de dados de consumidores europeus, por exemplo, são diferentes dos usados no Brasil. Segundo a plataforma, a distinção é resultado das adaptações para atender à legislação de cada país.
WhatsApp adia mudanças na política de privacidade após reação negativa
O WhatsApp postergou na última sexta-feira (15) a implementação de sua nova Política de Privacidade, que garantia ao aplicativo de mensagens compartilhar dados com o seu controlador Facebook, após reação amplamente negativa.
Nos últimos dias, o WhatsApp veio notificando usuários para que aceitassem as mudanças em seus termos de privacidade e informando que eles precisariam estar de acordo para que continuassem a usar a plataforma. O movimento não pegou bem e disparou o número de downloads dos concorrentes Signal e Telegram.
O aplicativo controlado pelo Facebook anunciou que as mudanças seriam adiadas para meados de maio por causa da “confusão” envolvendo a reformulação.