WeWork já apresentou os documentos para realizar seu IPO

A WeWork se prepara para realizar sua oferta pública inicial (IPO). A gigante dos escritórios compartilhados apresentou em sigilo a documentação para a Securities and Exchange Commission (SEC) em dezembro.

A startup, chamada de We Company desde o início de 2019, informou sobre a intenção de abrir seu capital até o final do ano. A documentação apresentada para o órgão de regulamentação da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) ainda não está visível para o público. Isso por causa da cláusula de arquivamento confidencial que permite que o documento permaneça privado até semanas antes de uma listagem no mercado de ações.

Saiba mais: WeWork registra prejuízo de US$ 1,9 bilhão em 2018 

A WeWork foi avaliada pelo SoftBank Group Corp pela última vez em janeiro, indicando um valor de US $ 47 bilhões (cerca de R$ 184,71 bilhões). Uma avaliação que a coloca em segundo lugar entre os IPOs de empresas americanas apoiadas por capital de risco, sob a Uber Technologies. O aplicativo de transporte urbano planeja abrir seu capital ainda neste mês para um valor de até US $ 90 bilhões.

Contas em vermelho

Além disso, a empresa é também a mais recente candidata a realizar um IPO registrando prejuízos gigantes. Em 2018 a WeWork registrou uma perda de US$ 1,9 bilhão em 2018. O resultado negativo ocorreu mesmo com uma receita de US$ 1,82 bilhão no mesmo ano.

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A empresa de coworking mais do que dobrou sua receita o ano passado em relação a 2017, quando seu faturamento tinha sido de US$ 886 milhões. Entretanto, esse crescimento não conseguiu evitar o prejuízo, que também mais do que dobrou no ano passado. A WeWork recentemente mudou de nome para The We Company,

Saiba mais: WeWork se reestrutura e se torna The We Company

Veja os resultados da WeWork nos últimos dois anos:

  • Receita de 2017: US$ 886 milhões
  • Perda líquida de 2017: US$ 933 milhões
  • Receita de 2018: US$ 1,82 bilhão (+100,4%)
  • Prejuízo líquido em 2018: US$ 1,9 bilhão (+103,6%)

O resultado acabou registrando uma margem líquida de -105,3% em 2017 e -104,4% em 2018.

O presidente e responsável pelos balanços da da WeWork, Artie Minson, prevê que as receitas e prejuízos continuem crescendo. Segundo ele, as perdas são ligadas principalmente com a construção antecipada e com os custos dos contratos de aluguel de longo prazo.

Em detalhe, a WeWork registrou 90% de taxa de ocupação, 116% de crescimento entre os membros em 2018, 32% dos quais vêm através de clientes corporativos. Em 2017 esse número era de 23%.

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Desde sua criação, há oito anos, a The We Company conseguiu reunir 400.000 membros em 100 cidades em 27 países. A empresa se diz pronta para demostrar que é capaz de mudar seu modelo de negócios, oferecendo serviços com margens mais altas. Entre eles, a reforma e a operação de escritórios. Algo que poderia demostrar maior resistência a eventuais desacelerações do mercado.

No balanço do unicórnio norte-americano, o faturamento da categoria “outras receitas”, que inclui a PxWe, Meetup, Flatiron, Conductor, Creator Awards e Strategic Events, saltou de US$ 19,6 milhões em 2017 para US$ 128 milhões em 2018. Entretanto, 93% das receitas ainda são provenientes da membership.

O crescimento internacional da empresa também está melhorando. No quarto trimestre, os clientes internacionais representaram 43% das receitas, em comparação com 34% do quarto trimestre de 2017.

Entretanto, a taxa de ocupação da empresa caiu de 84% para 80% no terceiro trimestre de 2018. Além disso, a receita média gerada por ano por cada membro continuou caindo, chegando a US$ 6.360. Uma redução de 13,5% desde o início de 2016.

A WeWork, rede mundial de espaços de coworking,  mudou de nome e se tornou The We Company.

Mudança na empresa

Em janeiro, a WeWork anunciou uma reestruturação de seus negócios e a mudança para The We Company.

WeWork recebeu um investimento de US$ 6 bilhões da multinacional japonesa SoftBank.  Deste aporte total, US$ 5 bilhões foram capital de crescimento primário e US$ 1 bilhão capital secundário. Esse montante será usado para financiar compras de ações de investidores e funcionários.

Com esse aporte, o valor de mercado da The We Company chega a US$ 47 bilhões. O SoftBank já soma US$ 10,5 bilhões investidos na startup.

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Entretanto, o investimento de US$ 2 bilhões do SoftBank resultou em uma decepção para o WeWork. Mesmo com esse valor expressivo, no final de 2018 o banco de investimentos japonês negociava a compra da participação de outros investidores por US$ 20 bilhões. Entretanto, essa tentativa de aquisição fracassou em dezembro. Nesse mês a volatilidade do mercado acionário acabou derrubando o valor dos papéis do SoftBank, que recuaram 20%.

Essa queda levou a dúvidas sobre como a WeWork pode continuar crescendo com esse ritmo. Além disso, os resultados financeiros ainda são modestos. Nos três primeiros trimestres de 2018, a WeWork gerou US$ 1,25 bilhão em receita, mas gastou US$ 1,22 bilhão.

Como funcionará a The We Company

The We Company terá três unidades de negócios:

  • WeWork para espaço de coworking,
  • WeLive para espaço residencial
  • WeGrow com foco em formação

A reestruturação da empresa também seria uma tentativa de explorar oportunidades além do mercado imobiliário comercial.

Conheça a história da WeWork

WeWork surgiu em 2009 e começou suas atividades abrindo sedes em:

  • Nova York
  • San Francisco
  • Los Angeles
  • Boston
  • Seattle

A partir de 2014 a empresa iniciou sua expansão internacional. Abriu uma sede em Londres, em seguida Tel Aviv e em Xangai. Atualmente, a rede WeWork atinge cerca de 5 milhões de pessoas em todo o mundo.

Carlo Cauti

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