O banco norte-americano Wells Fargo (NYSE: WFC) vendeu centenas de milhões de dólares em ativos durante o colapso do mercado em março deste ano para evitar problemas com o Federal Reserve (Fed). As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (31) pelo jornal “The Wall Street Journal”.
Desde o envolvimento em um escândalo relacionado a contas falsas e fraudulentas nos Estados Unidos em 2016, a Wells Fargo foi obrigada pelo Banco Central norte-americano a limitar a movimentação de dinheiro, dificultando o aumento de seus ativos e de seu crescimento como banco.
Como os empréstimos que o banco concedeu aos clientes que utilizavam linhas de crédito nos primeiros dias da pandemia do coronavírus (covid-19) aumentaram, o banco se esforçou para vender ativos para respeitar o limite estabelecido pela autoridade monetária central, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. Consequentemente, o banco teve que se desfazer rapidamente de diversos ativos para ficar abaixo do limite de US$ 1,95 trilhão.
Isso é um lembrete de que a Wells Fargo, o quarto maior credor dos EUA, está enfrentando a pior crise econômica desde a Grande Depressão com um grande obstáculo em seu caminho. As restrições de crescimento se espalharam pelo banco, contribuindo para suas recentes decisões de reduzir empréstimos ao consumidor e aos negócios, informou o Wall Street Journal.
A Wells Fargo permaneceu abaixo do limite de ativos nos últimos dois trimestres, de acordo com documentos regulatórios. O banco recebeu um pequeno alívio em abril, quando o Fed suspendeu as restrições para que a instituição pudesse fazer empréstimos através de dois programas federais de concessão de credito a pequenas empresas durante a crise do coronavírus.
“Precisamos priorizar a capacidade do balanço patrimonial, tanto ativos quanto depósitos, e certamente há um custo de oportunidade para nós em um ambiente como esse”, disse o presidente-executivo Charles Scharf em 14 de julho.
Wells Fargo deve cortar empregos e tomar empréstimo para reduzir custos
A Wells Fargo está tomando medidas para cortar os custos operacionais e os risco de empréstimo à medida que a crise do novo coronavírus se alonga. O movimento da companhia fica à frente do que alguns analistas estimam que possa ser o primeiro prejuízo trimestral em mais de uma década. O Wells Fargo vem sofrendo forte pressão para reduzir os custos e os executivos têm planos, por sua vez, para diminuir o número de funcionários, disseram fontes à “Bloomberg”.
Saiba Mais: Wells Fargo deve cortar empregos e tomar empréstimo para reduzir custos
Além disso, o banco está reforçando os requisitos para o refinanciamento de determinadas hipotecas. Desse modo, o Wells Fargo exige que novos clientes que desejarem refinanciar uma hipoteca jumbo possam trazer pelo menos US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,35 milhões) em saldos, quatro vezes mais do que o requisito anterior de US$ 250 mil, segundo disseram à rede “CNBC” pessoas familiarizadas com o assunto.