Weg (WEGE3) é rebaixada: XP vê desaceleração da receita e preço-alvo mais baixo; ações despencam

A receita da Weg (WEGE3) deve desacelerar nos próximos trimestres, afirmam os analistas da XP Investimento. Antecipando essa tendência, a XP rebaixou a recomendação das ações para “neutra”. Nesta quarta-feira (16), as ações da Weg despencaram no Ibovespa com repercussão desse relatório.

“A Weg é uma empresa “best-in-class” e uma das mais bem-sucedidas da história corporativa brasileira. No entanto, dadas as nossas expectativas de desaceleração de receita e retornos se acomodando em níveis mais baixos nos próximos anos, vemos o múltiplo P/L (Preço/Lucro) atual da WEG em 29x como uma história ‘precificada à perfeição’, diz a XP. 

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Analistas explicam que usando diferentes metodologias de valuation, todas sugerem um múltiplo P/L mais justo de 25-26x, limitando o potencial de alta para ações.

Outro ponto é os potenciais riscos de baixa por causa da possível tributação de juros sobre capital próprio (JCP). 

Segundo a XP, a expectativa é de que a receita da Weg pise no freio daqui para frente, após o bom período de crescimento nos últimos dois anos. “Vemos mais ventos contrários do que ventos a favor para uma perspectiva contínua de alto crescimento nos próximos anos, com nossas novas estimativas implicando uma  taxa de crescimento anual composta (CAGR) de receita  para 2023 a 2027 de 13%”, mencionam os analistas. 

A XP deixa as ações com recomendação neutra, com preço-alvo em R$ 40, antes fixado em R$ 45. As ações da WEG despencaram no Ibovespa, com queda de 4,42%, cotadas a 37,61. 

Cotação WEGE3

Gráfico gerado em: 16/08/2023
1 Ano

WEG: margens atingiram o pico, diz XP

A equipe da XP também aponta que as margens atingiram o pico, com a projeção da rentabilidade se acomodando a níveis mais baixos devido a novos contratos assinados em meio ao atual ambiente de custos. 

A rentabilidade de curto prazo, embora positiva, dizem os analistas, foi precificada por contratos de longo prazo em contexto que os custos eram mais altos. 

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Weg adquire 100% de empresa de IA para a indústria

A Weg firmou acordo para aquisição da BirminD, empresa de tecnologia atuante no mercado de inteligência artificial para processos industriais. A Weg já detinha participação controladora de 51% na empresa e, agora, assume a integralidade das ações.

Em comunicado ao mercado, a Weg afirmou que a aquisição faz parte da estratégia da companhia de crescimento dos negócios digitais, que desde 2020 conta com a tecnologia da BirminD em suas soluções.

A parceria inclui produtos e serviços como o B-WISE e Motion Drive Operation Center (MDOC), que é um serviço de monitoramento de ativos industriais com emprego de sensoriamento de dados e diagnósticos, baseados em insights de inteligência artificial e algoritmos de machine learning.

“Este movimento está alinhado com a estratégia de desenvolvimento de novos produtos e serviços para otimizar a gestão de ativos, gestão de energia e gestão de execução das operações de clientes da empresa”, pontuou a Weg.

Lucro salta 50% no 2T23, para R$ 1,36 bilhão

A WEG reportou lucro líquido de R$ 1,368 bilhão no segundo trimestre de 2023 (2T23).

Com isso, o lucro da WEG fica 49,9% superior ao reportado em igual etapa de 2022.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da WEG no 2T23 foi de R$ 1,833 bilhão, representando alta de 46% na base anual.

A margem Ebitda, por sua vez, foi de 22,4%, mostrando um avanço de 4,9 pontos percentuais (p.p.) frente a margem registrada em 2T22.

A receita líquida foi de R$ 8,171 bilhões, representando alta de 13,7% na base anual.

Ainda segundo o resultado da WEG o retorno sobre o capital investido (ROIC) foi de 34,4% no trimestre, crescimento de 7,5 pontos percentuais em relação ao 2T22.

“A acomodação dos preços das principais matérias-primas que compõem nossa estrutura de custos, principalmente o aço e o cobre, em conjunto com a alteração do mix de produtos vendidos, crescente melhora no desempenho das operações no exterior e a constante busca por eficiência operacional e ganhos de produtividade foram fatores importantes para a evolução da margem bruta no trimestre”, diz a administração no balanço da WEG.

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Vinícius Alves

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