A Weg (WEGE3) fechou a sessão de segunda-feira (27) em queda de 7,88% a R$ 53,31, penalizada pelo “efeito DeepsSeek”, que derrubou empresas de tecnologia mundo afora. Em relatórios, Citi e JP Morgan avaliam o movimento e destacam a resiliência da companhia catarinense.
O analista André Mazini, do Citi, avaliou que a reação do mercado foi exagerada, já que as promessas de redução de custo da DeepSeek ainda não foram comprovadas.
Além disso, destacou que a Weg utiliza IA principalmente em data centers, não dependendo diretamente de chips de ponta que poderiam ser afetados por uma eventual queda de preços.
Mazini também levantou o conceito do paradoxo de Jevons, segundo o qual um aumento na eficiência de um recurso pode, paradoxalmente, elevar seu consumo total.
Ele sugere que uma redução nos custos de IA poderia dobrar a demanda e, consequentemente, aumentar o consumo de energia.
Outro ponto positivo destacado foi o desempenho da Weg no mercado externo de Geração, Transmissão e Distribuição (GT&D) de energia, que representa 19% da receita da empresa e cresce a uma taxa robusta de 36%.
O Citi manteve sua recomendação de compra para as ações da Weg, com um preço-alvo de R$ 62, o que implica um potencial de valorização de 16,3% frente ao fechamento de ontem.
O JP Morgan também viu a queda das ações WEGE3 como exagerada, considerando-a uma oportunidade para investidores de longo prazo.
A casa destacou que o crescimento da Weg vai além da demanda de energia para IA, sendo impulsionado por tendências estruturais, como a eletrificação, veículos elétricos, automação e melhorias na rede elétrica.
O relatório enfatizou os investimentos da Weg em expandir sua produção de transformadores, com planos de dobrar a capacidade até 2027, alinhados ao aumento da demanda por transmissão e distribuição de energia.
Assim, apesar do impacto imediato da narrativa envolvendo a DeepSeek, ambos os relatórios reiteraram a visão positiva para a Weg, com foco em seu crescimento em mercados estratégicos e tendências globais de eletrificação.