A Weg (WEGE3) enfrentou uma queda de quase 9% em suas ações após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024, refletindo a frustração do mercado com a margem de EBITDA abaixo do esperado. No entanto, o BTG Pactual reforça sua visão positiva sobre a empresa, mantendo a recomendação de compra e destacando que os fundamentos seguem sólidos, com crescimento sustentado e um dos melhores perfis de geração de caixa livre do setor.
O BTG revisou suas projeções para a WEGE3, reduzindo a expectativa de margem EBITDA para 2025 de 23% para 22,7%, devido a uma mudança no mix de produtos.
Esse ajuste, segundo a casa, reflete o aumento das vendas de equipamentos para energia solar, que têm margens menores, e uma maior concentração de entregas de turbinas na Europa.
Apesar disso, os analistas destacam que o crescimento no setor solar é positivo para a Weg, pois contribui para a expansão da receita.
Outro fator que pesou na revisão foi a elevação do custo de capital, com o custo do patrimônio (Ke) passando de 12,9% para 14,7% e o custo médio ponderado de capital (WACC) subindo de 11,5% para 12,9%. Como resultado, o preço-alvo das ações foi reduzido de R$ 68 para R$ 61.
O BTG também analisou o potencial de crescimento da Weg no mercado de transformadores nos Estados Unidos. Com base em projeções conservadoras, o banco estima que esse segmento pode adicionar um aumento de até 8% na receita consolidada da empresa até 2030.
Esse crescimento é impulsionado pela expansão do mercado norte-americano de transformadores, que saiu de um tamanho estimado de US$ 4,2 bilhões em 2020 para cerca de US$ 12 bilhões atualmente, e pode continuar crescendo a uma taxa anual de 15% nos próximos anos.
Apesar da reação negativa do mercado ao balanço da Weg, o BTG acredita que a trajetória de crescimento da companhia permanece intacta. A empresa continua sendo referência em retorno sobre o capital investido, tem um sólido histórico de repasse de custos aos clientes e deve continuar expandindo sua receita nos próximos anos, diz a casa.
O relatório reforça que a recente pressão sobre as margens deve ser relativizada, pois a empresa mantém um forte potencial de crescimento e uma sólida geração de caixa. Assim, mesmo com ajustes no modelo, o BTG mantém recomendação de compra para as ações da Weg, com preço-alvo de R$ 61.
Por volta das 11h15 desta sexta-feira (28), a Weg operava em queda de 1,68% no Ibovespa, com as ações cotadas a R$ 48,05.