A ação da Weg (WEGE3) fechou em queda de 3,6%, cotada a R$ 25,99, nesta quarta-feira (20). Antes da abertura do mercado, a empresa divulgou seu balanço do segundo trimestre de 2022 (2T22). Apesar dos resultados considerados positivos, o resultado não impressionou os investidores. Mas a recomendação de compra para os papéis foi mantida.
De acordo com relatório da XP Investimentos, mesmo com os bons números, “vemos a contração dos retornos como o principal fator de preocupação dos resultados (o que ajuda a explicar a performance negativa das ações após a divulgação dos resultados)”.
Os analistas relatam os prós do balanço do 2T22 da Weg da seguinte forma:
- O Ebitda atingiu R$ 1,25 bilhão, alta de 15% na comparação de base anual e +4% trimestralmente, em linha tanto para a XP como para o consenso do mercado;
- Uma melhora no faturamento — principal destaque positivo, com receita líquida de R$ 7,2 bilhões, refletindo a forte perspectiva para fontes renováveis no Brasil e indicações positivas sobre o mercado externo (aumento de 20% contra o 2T21 e 12% ante o 1T22, em dólares).
Sobre a contração mencionada, o ROIC (retorno sobre o capital investido) atingiu 26,9%, abaixo do reportado no 1T22, de 29,7%, e também dos 32,2% no segundo trimestre de 2021. O número, conforme os analistas, vem a partir de um giro de capital investido ainda em altos níveis, de cerca de 2,2 vezes, e se estabilizando em relação aos trimestres anteriores (comparado a 2,1x no 2T21), o que está sendo compensado pela contração da margem NOPAT (Net Operating Profit After Taxes, ou seja, lucro operacional líquido depois dos impostos) nos últimos 12 meses.
A margem NOPAT deve continuar pressionada no próximo trimestre, trazendo uma melhora de perspectiva apenas a partir do 4T22.
Na visão do Itaú BBA, os resultados da Weg vieram pouco acima das expectativas, mas ainda apontam para uma tendência de estabilização trimestral para receita líquida, Ebitda e lucro líquido.
O grande destaque do mercado interno, na opinião do banco de investimentos, foram os equipamentos industriais. A receita líquida cresceu 11% contra o 1T22 e 30% ante o 2T21, devido à forte demanda por equipamentos de ciclo curto dos segmentos de agronegócio, papel e celulose e mineração.
A GTD doméstica (Geração, Transmissão e Distribuição de Energia), por sua vez, teve uma receita estável no trimestre (implicando uma expansão de 67% A/A) após o forte nível alcançado no 1T22.
A receita líquida de equipamentos industriais externos da Weg cresceu 6% na comparação do trimestre imediatamente anterior e alta de 24% no ano a ano, “sem sinais de que o cenário macro externo mais desafiador esteja impactando as vendas de equipamentos de ciclo longo ou curto”, conforme o relatório do Itaú BBA.
A XP Investimentos recomenda a compra da ação da Weg, no preço alvo de R$ 45. O Itaú BBA tem recomendação neutra, com preço alvo de R$ 46 para 2022.