ESG

Dívida verde: Conheça o mercado de renda fixa sustentável ligado ao ESG

Suno Notícias

11 de agosto, 2022

Do inglês “environmental, social, and corporate governance”, a sigla ESG praticamente substituiu a palavra “sustentabilidade” nas mais diversas abordagens do mundo corporativo e ganhou até a tradução “ASG” para o português -- de ambiental, social e governança.

A International Capital Markets Association (ICMA) divide modalidades de investimentos ESG em cinco categorias: títulos verdes, títulos sociais, títulos sustentáveis (verdes e sociais), títulos atrelados à sustentabilidade (ou SLB's, do inglês sustainable-linked bonds) e títulos de transição.

Os títulos sociais, verdes e sustentáveis apresentam controle de desempenho por meio de um uso de recursos definido, como que um caminho carimbado do dinheiro levantado pelo financiamento. 

Já os SLBs possuem controle pelo atingimento de metas sustentáveis da empresa, sem uso de recursos previamente definido.

Os títulos de transição, por sua vez, dizem respeito a empresas que ainda não são 100% sustentáveis, mas que estão dando início a sua jornada ESG por meio de práticas mais sustentáveis.

As chamadas "dívidas verdes" (ou, do inglês, "green bonds") são uma modalidade de títulos que têm atraído cada vez mais atenções de gestores e investidores, sendo comumente ligados a temas como o manejo sustentável de florestas, matriz energética e controle do efeito estufa.

O primeiro título verde foi emitido em 2007 para financiar projetos de ação climática, pelo Banco Mundial e Banco de Investimento Europeu (European Investment Bank).

Desde então, o mercado tem crescido exponencialmente, ultrapassando US$ 1 trilhão em emissões acumuladas desde o início em 2020, segundo o BNP Paribas.

Tanto os  títulos verdes quanto os outros tipos de títulos ESG podem ser adquiridos e geridos por investidores institucionais, como fundos e bancos, ou diretamente por pessoas físicas, por meio de papéis como as debêntures.

Somente em 2022, a NINT, certificadora de títulos verdes com market share de mais de 50% do mercado nacional, lista mais de 10 emissões de debêntures verdes no mercado doméstico por empresas como São Martinho (SMTO3), BRK Ambiental e Omega Desenvolvimento que, somadas, se aproximam dos R$ 18 bilhões.

Recentemente, a Raizen (RAIZ4) realizou uma captação de mais de R$ 1,2 bilhões em SLBs por meio de debêntures.

A Petrobras (PETR4) recentemente deu início a sua jornada de alinhamento a princípios ESG ao levantar, em empréstimo com bancos internacionais, cerca de US$ 1,25 bilhão atrelados a metas sustentáveis elaboradas pela empresa.

Embora não tenha o uso de recursos definido nem revele metas específicas da operação, a empresa se comprometeu a adotar taxas variáveis de acordo com a emissão de gases de efeito (GEE) estufa e metano da produção e exploração de petróleo e da intensidade de GEE do refino.

A certificação será feita por uma terceira parte, o Instituto de Serviços aos Acionistas. Segundo a Petrobras, a escolha pela operação direta com bancos, ao invés de uma oferta pública de títulos verdes, ocorreu devido à maior instabilidade no mercado financeiro.

Para saber tudo sobre ESG, nos acompanhe nesta "Semana do ESG: Investindo no Futuro", realizada com apoio da CBA e da Rio Bravo. Entre 8 e 12 de agosto, o Suno Notícias vai trazer uma série de conteúdos especiais sobre investimentos ESG.

Você também não pode perder o evento presencial do Suno Notícias sobre ESG, com vagas limitadas, que ocorrerá no dia 17 de agosto, em São Paulo.