Selic pode chegar a 14% com impacto da guerra na Ucrânia
Juros nas alturas
As projeções para a inflação deste ano já chegam a 7% por causa da alta do petróleo e dos alimentos com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Repórter: Monique Lima
Consequentemente, as projeções para a taxa básica de juros, Selic, também sobem, com a tentativa do Banco Central de controlar a inflação.
Nesta sexta (11), o IBGE divulgou que o IPCA de fevereiro foi de 1,01%, a maior variação para o mês desde 2015.
No ano, o IPCA acumula alta de 1,56% e, nos últimos 12 meses, de 10,54%. Isso sem contar a inflação causada pela guerra, que só deve aparecer no IPCA de março.
Desde o início do conflito, o índice CRB, que mede a inflação global das commodities, subiu 15,2%. Há consultorias que esperam alta de até 25% nos preços.
Com a inflação ganhando mais força, o Banco Central busca conter os preços elevando a Selic.
A maioria dos economistas ainda espera que o BC opte por um aumento de 1% na Selic na próxima reunião do Copom, nos dias 15 e 16 de março.
Isso significa uma alta de 10,75% para 11,75% ao ano, o que já seria o maior nível em cinco anos.
Mas já está no radar um ciclo de altas mais longo que o esperado anteriormente, com a Selic chegando a mais de 13% ao ano.
Sem parâmetro sobre até quando a guerra pode se prolongar e quanto o preço do petróleo e dos grãos vai subir, o mercado desenha o pior cenário possível.
Neste caso, seria um ciclo mais longo de alta da Selic, com a taxa variando entre 13% e 14% ao fim de 2022.