Em junho de 2016, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, com dívida de R$ 65 bilhões, e desde então passou por várias mudanças importantes.
A Oi é uma empresa de telecomunicações brasileira, pioneira na prestação de serviços convergentes de TV por assinatura, banda larga, transmissão de voz local e de longa distância..
Além dos serviços de telecomunicações para os mercados de varejo e corporativo, a Oi disponibiliza, para companhias de todos os portes, soluções de TI — hospedadas em plataforma de computação em nuvem.
Em 20 de junho de 2016, depois de acumular uma dívida de R$ 65 bilhões com 55 mil credores, a Oi entrou com pedido de recuperação judicial.
Oi
Como forma de reduzir a dívida, a empresa passou a realizar diversos leilões de ativos ao longo dos anos recentes.
A equipe de análise da Terra Investimentos, com Régis Chinchila e Luis Novaes, explica que a Oi chegou a ser o maior pedido de recuperação judicial da história do país “com uma estratégia de crescimento inorgânico a partir dos investimentos realizados por terceiros na companhia”
No entendimento dos analistas, de modo geral, “as empresas compradas pela Oi se mostraram péssimos negócios”.
“Muitos desses ativos comprados nunca retornaram o valor pago nas negociações", dizem os analistas.
"Seja por serem empresas que já apresentavam dificuldades operacionais e incapazes de gerar receitas de forma consistente, seja pelo valor pago ser muito maior do que realmente valia, ou até mesmo, pelos dois motivos combinados”, comentam
Régis e Luis ainda explicam que a Oi foi impactada negativamente pela demora para a finalização da venda desses ativos.
A razão disso, segundo eles, é “que a operação da Oi se tornou deficitária ao longo do tempo e a cada mês havia uma imensa queima de caixa para mantê-la funcionando”.
“Além dos negócios equivocados que a Oi assumiu durante os anos, os serviços de telefonia prestados pela empresa foram se tornando menos lucrativos, em razão de ineficiência operacional da empresa ou por demanda menor”, ressaltam os analistas.
No terceiro trimestre deste ano, a Oi chegou a registrar um prejuízo líquido de R$ 3,064 bilhões. Apesar disso, a o prejuízo da Oi foi 36,3% menor em relação ao resultado negativo de R$ 4,813 bilhões do mesmo período do ano anterior.
Em meio às dificuldades enfrentadas pela empresa, as ações vêm desvalorizando ao longo do tempo. Atualmente, as ações da Oi valem menos de R$ 1, sendo consideradas ‘penny stocks’.
Para enquadrar os ativos nas regras da B3, que estabelece que ações não podem ser cotadas abaixo de R$ 1 por 30 pregões seguidos, o conselho de administração da companhia aprovou o grupamento de ações ordinárias e preferenciais.
O objetivo é agrupar 50 ações da Oi em uma nova ação da mesma espécie. Em vídeo, o fundador do grupo Suno, Tiago Reis, destacou que o procedimento não cria valor para a companhia. A empresa enfrenta vários desafios em seu balanço.
Na interpretação da Terra Investimentos, com relação às perspectivas para a Oi em 2023, como a empresa tem “problemas de grande expressão, não há muitas alternativas que apoiem a recuperação” da empresa..
Os analistas comentam que, atualmente, a operação da Oi está focada na fibra óptica, que vem ganhando tração nos últimos trimestres, mas ainda é pouco rentável para compensar o custo da dívida.
Segundo eles, o que é visto como a principal alternativa para a recuperação da empresa e gatilho de valorização das ações da Oi no curto prazo, é a possível venda da sua participação remanescente na V.Tal, a antiga InfraCo, seu braço de infraestrutura.
Para os analistas, a empresa de telecomunicações poderia vender a participação ou emitir títulos lastreados nessa posição, e seguir como cliente para utilizar as estruturas.
“O maior custo de operação seria compensado pelas despesas financeiras menores, sem contar que o caixa seria reabastecido, dando mais tempo de vida para o negócio”, prosseguem.
Na perspectiva da Terra Investimentos, se isso acontecer, as opções responderiam positivamente no mercado.
Apesar de uma perspectiva mais negativa por parte do mercado relativa à Oi, o possível grupamento de ações pode trazer mais estabilidade para os ativos da companhia..
Em relatório, os analistas do BTG Pactual comentam que “o processo, que deve ser concluído até o final do ano ou início do ano que vem, deve reduzir bastante a volatilidade das ações.
Mesmo com a baixa cotação nos últimos anos, as ações da Oi ainda apresentam forte queda em 2022. Na maior parte do ano, os papéis da empresa de telecomunicações estiveram abaixo de R$ 1.
Sobre a dúvida se os ativos estão baratos e se vale a pena investir na Oi, os analistas afirmam “que seria preciso ter bons indicativos que a empresa pode se recuperar, mas esse não é o caso”.
Em relatório, o BTG Pactual reiterou recomendação neutra para as ações da Oi, com preço-alvo de R$ 0,25 para os próximos 12 meses. Devido à queima de caixa ainda alta da empresa, os analistas ainda não observam boas perspectivas.
“Após o resultado, revisamos nosso preço-alvo para R$ 0,25 pelo fato de que a companhia mostrou um consumo de caixa acima do esperado”, justificou o banco.