Com um período muito positivo para a renda fixa, gestores já falam em uma realocação de ativos para otimizar os ganhos – entre os quais os fundos multimercados.
Para o gestor de estratégia macro na AZ Quest, Gustavo Menezes, que colocou 2 fundos multimercados entre os 9 que bateram o CDI em 2023, o cenário ainda não está tão claro e simples de se ler, apesar de projeções.
Menezes projeta um ciclo de corte na taxa Selic no curto prazo, ainda sem saber a data, magnitude e intensidade dos cortes. Ele prevê que a renda fixa não será mais um investimento tão bom como nos últimos anos.
“Outra vantagem do fundo multimercado agora é que é o primeiro passo para se voltar para as aplicações de risco – é como apimentar o portfólio”, diz.
Ele ainda completa que “o investidor desfruta do cenário de juros altos, mas, se for esperar os juros caírem para 9% para entrar em fundos, pode ser que não tenha mais ativos com os preços de oportunidade de hoje”.
O gestor multimercado se encontra capacitado para entender as alterações de tendência no mercado, segundo aponta outro gestor da AZ Quest, Andre Kitahara.
“Parte do mau desempenho dos fundos multimercados no primeiro semestre foi por causa do nível de incerteza com o governo, mas depois que nomes importantes da economia como Fernando Haddad e Jean Paul Prates reduziram os temores do mercado, a incerteza diminuiu e tudo isso virou preço”, disse Kitahara.
Kitahara vê um cenário futuro promissor para os fundos multimercados, dada a queda no nível de incerteza, maior clareza sobre política econômicas e fiscais.