Com o agravamento da pandemia de Covid-19 no 1º semestre até uma série de incertezas, do risco fiscal do governo à instabilidade política, o principal índice da bolsa de valores brasileira não teve sossego no ano.
Por Victória Anhesini
A volatilidade aumentou consideravelmente por causa do cenário político-fiscal, inflação acelerada e variantes do coronavírus. Alguns dias, claro, trouxeram mais prejuízos ao mercado.
10º lugar: 21 de outubroO pregão do dia 21 de outubro foi o dia em que o Ibovespa recuou 2,75%, aos 107.735 pontos, em meio a temores sobre a situação fiscal do País, assunto recorrente em 2021.
A fala do ministro Paulo Guedes, no dia anterior, sobre um pedido de perdão ao teto de gastos para custear o Auxílio Brasil, não caiu bem entre os investidores.
9º lugar: 25 de fevereiroO Ibovespa caiu 2,95%, aos 112.256 pontos. Naquele dia, a pontuação foi a pior do ano.
O mercado estava de olho nos resultados de balanços corporativos do 4º trimestre de 2020. A Petrobras (PETR4)havia registrado queda de 82% no lucro líquido. A companhia tinha causado oscilações por mudanças na governança da estatal.
8º lugar: 28 de setembroO Ibovespa passou novamente por um abalo e um tombo, fechando o dia com queda de 3,05%, aos 110.124 pontos.
O índice foi pressionado para baixo com rumores de redução de estímulos à economia dos Estados Unidos, além da redução das projeções de crescimento da China e indicação de alta mais intensa dos juros no Brasil.
7º lugar: 30 de julhoO Ibovespa fechou em forte queda de 3,08%, aos 121.800 pontos. As ações da Vale (VALE3) desabaram quase 6%, após uma queda expressiva do minério de ferro na China, arrastando a bolsa para baixo.
6º lugar: 29 de janeiroNo último pregão de janeiro de 2021, o Ibovespa fechou em queda de 3,21%, a 115.067 pontos. No período, as bolsas de Wall Street sofreram com grandes perdas.
Dados divulgados na época sobre a eficácia da vacina contra Covid-19 da Johnson & Johnson não animaram o mercado.A participação de Paulo Guedes, ministro da Economia, no Fórum Econômico Mundial, foi cancelada em cima da hora, o que gerou rumores
5º lugar: 19 de outubroO Ibovespa cedeu 3,28%, aos 110.672,76 pontos, com a possibilidade de flexibilização do limite de gastos, com a solução “extra-teto” para acomodar parte do volume de recursos destinados ao Auxílio Brasil..
4º lugar: 26 de novembroO Ibovespa terminou o pregão em queda forte de 3,39%, aos 102.224,26 pontos. A notícia sobre a nova variante do coronavírus (Covid-19), identificada na África do Sul e batizada como “Ômicron“, apavorou investidores no mundo inteiro.
3º lugar: 8 de setembroA bolsa de valores fechou em forte queda de 3,78%, aos 113.413 pontos.
O resultado veio no dia seguinte ao feriado da Independência, quando mais de 400 mil apoiadores do presidente se reuniram nas ruas das principais cidades do país.
Durante os atos, Jair Bolsonaro atacou os ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, além de fazer ameaças ao presidente da Corte, ministro Luiz Fux.
A resposta do mercado na época foi a contaminação das ações da Petrobras e da Vale (VALE3). A forte queda levou o índice para baixo. Com as bolsas e índices de Wall Street em instabilidade com a disseminação da variante Delta do coronavírus, o Ibovespa não teve para onde correr.
2º lugar: 8 de marçoA bolsa de valores fechou com uma queda de 3,98%, aos 110.611 pontos. O agravante do dia foi o cenário preocupante de Covid-19 no Brasil, num momento em que a campanha de vacinação andava devagar.
Houve reação do mercado após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anular todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Justiça Federal no Paraná relacionadas à Operação Lava Jato
1º lugar: 22 de fevereiro O Ibovespa recuou quase 5%, no pior dia do ano. Com uma queda de 4,87%, o índice perdeu algo próximo de 5.700 pontos, retornando ao patamar de 112 mil pontos no dia. Na mínima, chegou a bater 111.650 pontos.
Dois dias antes, o presidente Jair Bolsonaro havia anunciado que faria a indicação de um novo presidente para a Petrobras (PETR4). O mercado entendeu o movimento como um grande risco de ingerência para a companhia, assim como para as outras estatais.