Guerra da Rússia dá nó em mercado ESG; entenda por quê
Suno Notícias
10 de agosto, 2022
Os investimentos ESG estão enfrentando uma grande reviravolta em meio à guerra da Rússia contra a Ucrânia. Isso porque o conflito tem impactado a relação entre os países, principalmente após os embargos econômicos contra os russos.
A disparada dos preços das commodities e as dificuldades diplomáticas lançaram novos desafios para os investimentos ESG. Como o conflito ainda está em desenvolvimento, existem mais questões do que respostas sobre os rumos das políticas sustentáveis.
Não seria exagero afirmar que a Europa por décadas é o grande epicentro das negociações sobre redução da emissão de carbono, incluindo também as discussões sobre economia verde e boas práticas sociais.
No entanto, as disputas do mundo ocidental contra o avanço russo na Ucrânia têm gerado dúvidas sobre o que será do ESG diante do aumento do preço das commodities.
Os especialistas consultados pelo Suno Notícias concordam que o cenário geopolítico atual é completamente paradoxal.
Por um lado, o conflito militar entre ucranianos e russos pode afetar os objetivos de descarbonização fechados no Acordo de Paris, sobretudo com o aumento do preço do gás natural e do petróleo.
Por outro, o “aperto no bolso” pode acelerar a agenda sustentável e pressionar governos e empresas a darem preferência para energias de menor impacto ambiental. Esse é só um aspecto que ilustra a difícil relação entre a guerra e as boas práticas ESG.
Um dos principais pontos em debate é o setor de defesa, que poderá ser reposicionado dentro da abordagem ESG por razões de seu crescimento no mercado. No acumulado do ano, o índice S&P 500 caiu mais de 9%.
Ao mesmo tempo, as ações da Lockheed Martin, empresa de armas e outros artigos militares, subiram mais de 9% no acumulado de 2022. A Booz Allen Hamilton, que é do ramo de defesa e inteligência, também supera alta de 9% no ano.
“Outros fundos começaram a relaxar as restrições com investimentos em determinados setores que até então estavam fora da abordagem ESG”, afirma Gustavo Pimentel, CEO da NINT, sobre a relação entre investimentos ESG e o setor bélico.
Resta saber como as empresas que participaram de um boicote contra a Rússia se comportarão após o fim do conflito. Nesta ocasião, os valores éticos - tão caros à agenda ESG - “falarão mais alto” do que as justificativas econômicas.
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