Gastos de Natal: com o que os brasileiros vão gastar nesse ano?
Com grande parte da renda comprometida com dívidas e os altos juros de financiamentos, o consumo neste Natal de itens de maior valor pode ser freado.
Na lista desses itens, se incluem eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que são geralmente adquiridos a prazo.
Mesmo com a alta nos preços dos alimentos, a estimativa, conforme noticiada pela Agência Estado, é que este seja o Natal da comida, da bebida e das roupas.
Esses são itens de menor valor e geralmente pagos à vista ou parcelados no cartão. O retorno das confraternizações de Natal em família pode impulsionar as vendas dos itens básicos.
Mais de 70% do faturamento total do varejo neste final de 2022, projetado em R$ 65,01 bilhões pela CNC, deverão se concentrar em comida, bebida e artigos de vestuário.
“Nos últimos anos, não lembro de uma concentração tão forte (72,5%) de vendas em alimentos, bebidas e vestuário”, diz o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.
A receita com bens duráveis do mês de dezembro é um indicador antecedente relevante para a economia em geral já que alavanca a atividade no início de ano.
Quando o resultado do comércio desses itens em dezembro se torna favorável, inclusive no Natal, a indústria inicia o mês de janeiro com perspectivas mais favoráveis.
Assim, a reposição de estoques pode puxar uma longa cadeia de produção, assim como de emprego e renda.
Para 2022, porém, a expectativa é de que o faturamento real com bens duráveis do Natal, aquele que se desconta a inflação, diminua para R$12,8 bilhões, frente aos R$ 13 bilhões de dezembro de 2021.
Assim, o faturamento real para bens duráveis no Natal pode alcançar o menor nível de receita para dezembro em 12 anos.
Essa perspectiva vem do fato de o brasileiro chegar ao Natal de 2022 com cerca de 30% da renda já comprometida para pagar dívidas, conforme estudo do economista da CNC.