Fundos imobiliários

Suno Notícias

16 de janeiro, 2023

O que esperar dos fundos imobiliários em 2023? Veja perspectivas

No ano passado, o IFIX, principal índice de fundos imobiliários da B3, registrou alta de 2,22%. Este foi o primeiro aumento anual nos últimos três anos. 

O mercado teve volatilidade, inflação de dois dígitos, IPCA negativo e cotas despencando. FIIs de CRI tiveram rendimentos altos, dividendos surpreendentes entre fundos de tijolo.  E quais são as perspectivas para os fundos imobiliários em 2023?

Em entrevista ao Suno Notícias, o gestor da Tellus, João Paulo Germano, acredita que 2023 será um ano bastante “desafiador” para a indústria de fundos imobiliários. Segundo ele, a taxa Selic elevada por um período longo “é um fator que inibe investidores de alocar capital novo para fundos imobiliários”.

João Paulo também destaca o custo do crédito imobiliário. Diz que: “Enquanto tivermos um ambiente muito volátil ou o custo de crédito não começar a se comportar de forma menos volátil e cair, também teremos um ambiente difícil para o crescimento da indústria, em geral”.

Ao Suno Notícias, o sócio e gestor da cy.capital, Gustavo Rassi, afirma que, com relação ao mercado de capitais, a crença da gestora é de que, no atual patamar dos juros de curto prazo (representado pela Selic e CDI) e a curva de juros real futura muito elevados, deve haver “um cenário complicado para a precificação dos FIIs”.

A gestora não acredita em grandes altas de cotas este ano — se não houver grande surpresa de taxa Selic de curto prazo ou de juros reais de longo prazo.

Gustavo comenta que, atualmente, a projeção de taxa de juros futura “é um cenário muito estável para este ano, e ainda em patamares muito elevados”.

Ao Suno Notícias, o sócio e head de crédito da Vectis Gestão, Mucio Mattos, afirma que, desde meados de 2017, há um movimento crescente de investidores para o segmento de fundos imobiliários. Segundo ele, esse crescimento foi decorrente de um contexto econômico, especialmente de baixas taxas de juros, “cenário que parece diametralmente oposto ao que se configura para 2023”.

As diferenças do cenário para 2023 em relação ao ano passado Segundo Gustavo, da cy.capital, o cenário de 2022 foi bastante “atípico”. Cita a guerra entre Rússia e Ucrânia, aumento da taxa de juros global, eleição brasileira e Copa do Mundo. Ele comenta que 2023 “começa, ainda, com esses riscos de juros global e guerra, mas se tem um pouco mais de clareza das consequências desses dois fatores”.

Para este ano, a crença da gestora é de que “se a quadro fiscal estiver um pouco mais acertado, com um viés baixista de juros, beneficiaria bastante a precificação do setor imobiliário”.

Na visão de João Paulo, da Tellus, a grande diferença entre 2022 e 2023 é a entrada de um novo governo. Ele comenta que o atual governo deve implementar novas políticas macroeconômicas “ainda pouco conhecidas”, com a equipe se formando recentemente.

Quais são as perspectivas para os tipos de fundos imobiliários? João Paulo acredita que, em 2023, muitos fundos de desenvolvimento devem ter boas oportunidades no mercado para alocar capital. Ele também entende que muitos fundos multiestratégia, que possuem caixa hoje, poderão fazer boas operações — sejam elas operações de compra de cotas de outros fundos mas também operações novas de crédito.

O gestor da Tellus explica que os fundos de lajes corporativas também devem ter uma melhora com a redução de vacância, alguma recomposição de preço. Os fundos de logística, acredita ele, farão parte um segmento “em que a localização dos ativos performados vai fazer toda a diferença para o desempenho de cada um desses fundos”.

Gustavo, da cy.capital, acredita que os fundos de crédito, em geral, devem performar bem. Isso porque as originações dos créditos, este ano, serão as taxas de juros mais altas — trazendo taxas de retorno mais altas.

Quais são os melhores setores para investir em 2023? No entendimento do gestor da cy.capital, os fundos imobiliários de crédito continuam sendo os melhores para investir em 2023. O especialista comenta que os ativos que são investidos pelos fundos de CRIs são, majoritariamente, de renda fixa. Quando a taxa de juros está bastante elevada, há bons retornos nesse tipo de ativo.

Gustavo diz que a gestora observa os fundos de logística “com lupa”, pois “alguns mercados devem surfar muito bem para este ano”. “Se a busca for pela estabilidade, o segmento que achamos que vai navegar melhor é o mercado de crédito e de logística”, complementa.

Em vídeo recente, o VP de fundos imobiliários da Suno Research, Professor Baroni, recomendou três setores para investir em 2023: fundos de recebíveis, fundos de shoppings e fundos de renda urbana. A perspectiva levou em conta o panorama visto no fim de 2022, como a volta da inflação para o campo positivo e a manutenção da taxa Selic em patamar elevado.

Quais são os fundos imobiliários recomendados para 2023? Em relatório, o BTG Pactual citou dois fundos imobiliários para investir no ano de 2023. O primeiro fundo recomendado é o CSHG Recebíveis Imobiliários FII (HGCR11). Conforme os analistas do banco, esse FII “possui extenso track record de geração de resultados”.

O segundo fundo recomendado pelo banco para 2023 é o Bresco Logística (BRCO11). Os analistas comentam que o BRCO11 é a aposta para o mercado de galpões logísticos para 2023 “dada a elevada qualidade de seus ativos e pelo seu excelente histórico de ocupação”.

A carteira de fundos imobiliários do PagBank conta com cinco fundos imobiliários com boas perspectivas, assim como perspectivas de crescimento e que pagam bons proventos. Os 5 ativos são: Valora RE III (VGIR11) Bresco (BRCO11) BTG Pactual Logística (BTLG11) HSI Malls (HSML11) CSH Renda Urbana (HGRU11)