ESG

ESG em empresas da B3 avança, mas faltam metas claras

Suno Notícias

10 de agosto, 2022

Os investimentos baseados em fatores ambientais, sociais e de governança (ou ESG, na sigla em inglês) têm mostrado sinais de aceleração nos últimos meses.

Uma pesquisa de junho deste ano, realizada pela Deloitte em parceria com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), identificou que 87% das empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira aumentaram, nos últimos 12 meses, o seu envolvimento em questões ESG.

Segundo a pesquisa, 60% das empresas entrevistadas também esperam aumentar o orçamento destinado ao tema ESG em 2022. No entanto, um dos grandes desafios de companhias da bolsa é que faltam metas claras na área.

A B3 (B3SA3) divulgou pela primeira vez um ranking das companhias de capital aberto com maiores notas ESG, para mostrar o desempenho dos indicadores das companhias que integram o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).

As 5 primeiras empresas do ranking são: – EDP (ENBR3) – Renner (LREN3) – Telefônica (VIVT3) – CPFL (CPFE3) – Natura (NTCO3).

Para Eduardo Ferlauto, gerente geral de Sustentabilidade das Lojas Renner, um dos fatores que levaram a varejista de moda ao topo do ranking publicado pela B3 foi tratar a aderência ao ESG como uma estratégia de inovação.

“Nós levamos para frente uma cadeia de compromissos públicos que tornaram mais eficiente a nossa cadeia de fornecimento. Ao propor aos nossos fornecedores uma gestão mais cuidadosa de matérias primas, garantimos a utilização de 80% de produtos com menor impacto, assim como o melhor aproveitamento de produtos, favorecendo paralelamente a economia circular”, diz Ferlauto em entrevista ao Suno Notícias.

Natália Tadokoro, gerente de sustentabilidade da CPFL, tem visão similar. Segundo ela, a jornada à sustentabilidade é longa e as empresas precisam se comprometer em pensar no ESG do ponto de vista de impacto, nos clientes e no mercado.

A partir de 2023, as empresas de capital aberto terão que fazer uma adaptação para atender uma mudança feita pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na Instrução 480/09, no final de 2021.

A nova regra determina que as empresas brasileiras apresentem indicadores ESG, com um inventário de emissões de gases de efeito estufa e informações sobre a diversidade entre administradores e funcionários. A resolução entra em vigor em 2 de janeiro de 2023.

Um estudo realizado pela consultora PwC em 2021 identificou que 31% dos relatórios que destacam temas ESG não adotam metas claras relacionadas a esses assuntos.

“O ESG é muito abrangente e, para fazer análises de cada setor da indústria, existem várias estruturas específicas que possibilitam o entendimento da performance dos fundos e companhias”, comenta Anabelle Urbano, chefe de ESG do Banco Pan (BPAN4).

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