Petrobras

Eleições 2022: O que será da Petrobras (PETR4) no próximo mandato?

Suno Notícias

6 de setembro, 2022

Um dos temas que preocupam os investidores da Petrobras (PETR4) é o destino que a empresa terá no próximo governo, que será definido nas eleições para presidente.

Durante o governo atual, de Jair Bolsonaro (PL), houve várias trocas de comando na estatal, com críticas e disputas sobre o preço dos combustíveis.

O presidenciável já mudou o comando da Petrobras por cinco vezes desde o início do mandato. A pressão sobre o aumento dos combustíveis já resultou em trocas e a mais recente colocou Caio Mário Paes de Andrade no comando, na tentativa de mudar o cenário da alta nos preços.

O presidente Jair Bolsonaro ainda enfrentou um entrave com governadores em torno do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis.

Por meio de uma lei complementar, o chefe do Executivo impôs limite sobre a alíquota do imposto à revelia dos Estados, que rechaçaram a medida, alegando perda na arrecadação e o comprometimento de orçamentos estaduais com saúde e educação.

Política de preços Em relação à política de preços, muito atacada pelos principais candidatos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), especialistas observam que não pode haver qualquer ameaça ao Preço de Paridade de Importação (PPI).

“Você precisa ser diligente nos investimentos e no controle da dívida, ter uma política de preços atrelada ao preço de paridade internacional. Pilares que, se mantidos, podem fazer a companhia ser saudável ao longo da próxima década", diz o analista de Research da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman.

Durante uma entrevista recente à rádio Itatiaia, Bolsonaro afirmou que o PPI, criado no governo Michel Temer, já cumpriu seu papel. “O estatuto da Petrobras criou a tal PPI, paridade de preços internacionais, que no meu entender já cumpriu o seu papel.”

Já Lula, em declaração à imprensa, afirmou que pretende mudar a política de preços e acabar com o modelo de PPI. “Essa história de PPI é para agradar os acionistas, em detrimento dos 230 milhões de brasileiros. A gente pode reduzir o preço, sim, o presidente não teve coragem", disse, em entrevista ao Uol.

Questionado sobre o próximo ano e os impactos nas ações com um possível novo presidente da República ou com a reeleição de Bolsonaro, o analista da Ativa Investimentos afirma que “é difícil cravar” um cenário.

“Tivemos o Lula na frente do país por muito tempo. Teve muita diferença do Lula no primeiro mandato para o segundo mandato”, observa. 

Se um eventual segundo mandato de Bolsonaro pode causar algum impacto sobre a empresa, Arbetman afirma que o mercado já conhece a forma de comando do presidente.

Exceto Bolsonaro, os demais candidatos à presidência são contrários à privatização da Petrobras. Ainda assim, não há certezas para depois das eleições, segundo o analista, que ressalta dificuldade em trazer à realidade o que se viu durante a campanha de candidatos.