Copa do Mundo

Como o Neymar e a Copa do Mundo afetam seus investimentos

Suno Notícias

17 de setembro, 2022

É esperado que o Catar invista cerca de US$ 220 bilhões e já é considerada a Copa mais cara da história, superando o investimento que o Brasil fez em 2014 em mais de 14 vezes. 

E como toda essa atenção direcionada para só um lugar pode afetar seus investimentos? Guilherme Puim, colunista da Suno, explica.

Na Copa do Mundo FIFA de 2010 na África do Sul, muitos jogos de futebol foram disputados durante os horários de negociação do mercado de ações.

Isso fez que o Banco Central Europeu (BCE) pudesse analisar as flutuações na atenção dos investidores no momento dos jogos.

O BCE realizou um estudo consolidando informações sobre a negociação das principais ações nas bolsas de valores de nove países europeus, quatro países da América Latina e um país da América do Norte e África, minuto a minuto e chegaram em 3 descobertas.

Primeiro que, em dias de jogos a atividade de negociação cai acentuadamente, especialmente se a seleção nacional for uma das competidoras. Em comparação com as circunstâncias normais do mercado, o número médio de negócios cai 45% se o time nacional está jogando, enquanto o volume cai cerca de 55%.

Em segundo lugar, o BCE indicou como os gols marcados por qualquer equipe levou a um declínio ainda mais forte no número de negociações que chega a ser 5% maior quando a seleção nacional joga. Além disso, descobriram que a atividade do mercado já está significativamente abaixo da referência antes da partida começar, e continua a ser menor durante os 45 minutos após a partida ter terminado. 

Por último, o BCE mostra que a formação de preços é afetada durante as partidas de futebol.  

Presumindo que a formação de preços nos mercados de ações globais, em média, deve mudar apenas marginalmente. 

Considerando que os mercados bolsistas nacionais são mais susceptíveis de serem afetados, o BCE testou como a correlação entre os retornos do mercado de ações nacional e global mudam durante as partidas da seleção nacional. 

Em média, esse movimento é reduzido em um pouco mais de 20%, e é menor em mais de 40% se os retornos no mercado global forem relativamente pequenos (e portanto, menos salientes).

A comparação sugere que o futebol gerou níveis relativamente altos de desatenção, o que coincidiu com atualização menos frequente dos preços das ações.

De forma macroeconômica global, a Copa do Mundo, independente da edição, traz movimentação financeira em várias economias. Em geral, majoritariamente no país sede, mas setores como o de varejo, turismo e alimentação tendem a aumentar significativamente no período.

A análise dos resultados indica, entretanto, que o impacto positivo desses investimentos depende da capacidade de financiamento privado e das necessidades de realocação do gasto público.