Estudo mostra que população 10% mais rica detém 76% da riqueza global.
Bilionários:
Com a pandemia do coronavírus, a concentração de riqueza no mundo se intensificou e agravou uma discrepância que já existe há décadas.
Por Monique Lima
A riqueza dos bilionários globais cresceu US$ 3,7 trilhões em 2020, quase o montante gasto pelos países com saúde no mesmo período, que foi de US$ 4 trilhões.
Os dados são do Relatório de Desigualdade Mundial do Word Inequality Lab.
Desde 1995, a população 1% mais rica capturou 38% da riqueza global, enquanto os 50% mais pobres ficaram com apenas 2% desse montante.
Na América Latina, os 10% do topo detêm 77% da riqueza total - uma discrepância ainda maior.
No Brasil, os 10% mais ricos detém 59% da renda nacional total e os 50% da base ficam com cerca de 10%.
Para efeito comparativo: nos Estados Unidos; os 10% capturam 45%, na China, 42%; 43% na Argentina e 59% no Chile.
Hoje, um seleto grupo de 520 mil bilionários, os 0,01% mais ricos do mundo, detém 11% da riqueza global.
Esse número correspondia a 7% em 1995.
Se as taxas de desigualdade vistas nas últimas décadas continuarem na mesma proporção, em 2070, o 0,1% mais rico irá capturar mais de um quarto da riqueza global
No final do século, essa parcela será maior do que os 40%.