Clube é pioneiro no Brasil com emissão após onda de fan tokens

Ações do Figueirense

A Bloxs colocou no ar a primeira oferta de ações de um clube brasileiro, com uma emissão de até R$ 5 milhões em papéis do Figueirense, alvinegro de Santa Catarina que disputa a Série C do Campeonato Brasileiro

Repórter: Eduardo Vargas 

Diferente dos fan tokens emitidos até então as ações do Figueirense, de fato, dão direito a uma participação societária no clube

"Essa oferta é uma oferta de ações, em que você compra um CIC que será convertido em 6 meses como ações preferenciais, de uma sociedade anônima, que é a SAF do Figueirense", conta Leonardo pinto, CIO da Bloxs

Na oferta, o Figueirense mira levantar algo em torno de R$ 3,5 milhões a R$ 5 milhões, que corresponde a 3,5% a 5% do clube catarinense  Ou seja, o valuation é de R$ 100 milhões.

O ativo é negociado exclusivamente pela Bloxs e tem cota mínima de R$ 1 mil de investimento, por 0.001% do capital social do Figueirense.

Até então o Figueirense captou R$ 302 mil com os investimentos A expectativa de rentabilidade do investimento vai depender do resultado esportivo do clube e de eventuais negociações acerca de sua marca

O plano é levantar capital e, posteriormente, vender o Figueirense a um investidor, já que as novas regulamentações permitem a compra de um clube por um só empresário

A novidade é possível graças ao avanço da governança no futebol brasileiro, ampliada pela Lei do Futebol, que instituiu a SAF (Sociedade Anônima do Futebol)

Até então os quadros societários eram criticados pelos volumes de dívida e pelas práticas de pouca governança vistas em clubes

A expectativa é de que com uma regulamentação mais mercadológica os clubes tenham melhor saúde financeira

"Com certeza eu vejo as SAFs como modo de implementar a governança. Se um diretor frauda o clube, é difícil ir atrás. Já se um diretor estatutário faz algo ilícito, ou de erro grosseiro, toma atitude temerária, ele pode ser processado", aponta o CIO da Bloxs

Agora, empresários com especialização em gestão poderão assumir a controladoria, já que com as SAFs, o acionista que detiver 50% das ações e uma unidade adicional poderá comandar a empresa, uma "S.A." em termos estatutários

"Isso muda a questão de aquisição, o investidor do clube pode ser um empresário que compra algo, e a partir daí  associação não dará mais pitaco, só receberá dividendos", diz Pinto, da Bloxs