Warren Buffett vende nova grande fatia do Wells Fargo

A holding Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, continua a diminuir sua posição no banco californiano Wells Fargo, que ostentava há muito o título de um dos favoritos do CEO de 90 anos do conglomerado.

Berkshire Hathaway vendeu mais de 100 milhões de ações da instituição financeira, equivalente a quase US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 13,25), desde o final de junho, conforme relatório divulgado pela holding na última sexta-feira (4).  Com isso, a empresa de Warren Buffett, quem começou a comprar ações do Wells Fargo em 1989, passou a deter 138 milhões de papéis do banco, uma participação de 3,3%, queda ante os 8,4% registrados ao final do ano passado.

As ações do Wells Fargo caíram quase pela metade em 2020, atrás de muitas instituições financeiras e do mercado mercado em geral, em razão da queda nas taxas de juros e problemas de crédito relacionados ao coronavírus, que têm tornado mais difícil para a companhia se recuperar dos problemas de escândalo.

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No segundo trimestre deste ano, o Wells Fargo reportou um prejuízo de US$ 2,4 bilhões devido aos US$ 8,4 bilhões em provisões para perdas de crédito futuras.

Desse modo, o CEO do banco, Charles Scharf, que aceitou o cargo no passado, se comprometeu com um grande corte de custos e nomeou novas executivos, muitos dos quais trabalharam com ele no JPMorgan Chase. As indicações incluem os nomes do novo diretor financeiro executivo, diretor operacional executivo, líder da divisão de cartões de crédito, chefe de relações públicas e diretor executivo de conformidade.

Com a redução de sua fatia para menos de 5%, a Berkshire Hathaway não irá mais precisar protocolar publicamente um comunicado na Securities and Exchange Commission (SEC) quando vender ou adquirir mais ações do Wells Fargo.

Warren Buffett reduz posição em bancos dos EUA

O conglomerado também reduziu sua exposição a outros bancos norte-americanos neste ano, encerrando sua posição no Goldman Sachs e reduzindo significativamente sua participação no JPMorgan e no PNC Financial. Ao mesmo tempo, a empresa elevou sua posição no Bank of America (BofA) em US$ 2 bilhões desde o final do segundo trimestre.

A companhia também aumentou sua exposição a Apple e, recentemente, comprou uma fatia na Barrick Gold, apesar do histórico ceticismo de Warren Buffett sobre o metal precioso, e investiu US$ 6,25 bilhões em cinco companhias de comércio japonesas, que estão mudando de commodities para capital de risco e private equity e cuja estrutura não é diferente da própria Berkshire.

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Arthur Guimarães

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