No útimo final de semana, um sutil anúncio foi feito na reunião anual da Berkshire Hathaway (BERK34). O próximo CEO da companhia, a substituir o megainvestidor Warren Buffett, já tem nome e sobrenome: Greg Abel.
A informação foi revelada por Charlie Munger após uma pergunta no evento. Ao ser questionado se a Berkshire Hathaway seria muito complexa de administrar, o investidor de 97 anos disse que “Greg manterá a cultura”.
A fala foi o suficiente para que os investidores da Berkshire ligassem o alerta para uma dúvida que paira sobre a companhia há anos: quem substituirá Buffett, de 90 anos, quando ele não estiver mais à frente da empresa.
“Os diretores concordam que, se algo acontecesse comigo esta noite, seria Greg quem assumiria amanhã de manhã”, afirmou Buffett, informação confirmada pela CNBC. Abel tem 59 anos e dirige todas as operações não seguradoras da Berkshire.
Ele se mostra como um dos principais candidatos desde que assumiu uma das vice-presidências em 2018, junto a Ajit Jain, de 69 anos, que lidera as operações de seguros. “Se, Deus me livre, algo acontecesse a Greg esta noite, então seria Ajit”, disse Buffett. “Os dois são caras maravilhosos.”
Para Buffett e Munger, a definição de um nome é uma prática comum do Conselho da empresa. “Na Berkshire, sempre tivemos um acordo basicamente unânime sobre quem deveria assumir no dia seguinte”, afirmou o megainvestidor, salientando que o mundo apenas está mais atento a este fato agora.
Esse ponto de interrogação sobre a empresa dura ao menos 15 anos. Desde o início das especulações, era consenso no mercado que David Sokol, então presidente da agora chamada Berkshire Hathaway Energy, substituiria Buffett em algum momento.
Entretanto, Sokol deixou a empresa em 2011 após ter sido divulgado que ele comprou US$ 10 milhões em ações da empresa química Lubrizol, pouco antes de ele ter recomendado a aquisição de uma posição relevante na companhia à Berkshire.
Warren Buffett diz que vender ações da Apple em 2020 foi um erro
No evento anual da empresa, Warren Buffett disse que a sua decisão de ter vendido parte das suas ações da Apple (AAPL34) no quarto trimestre do ano passado “provavelmente foi um erro”.
“Se os níveis das taxas de juros atuais são os apropriados, então essas ações, mesmo nos preços atuais, são barganhas, pois tem a capacidade de geração de caixa que títulos governamentais hoje não têm”, avaliou o investidor.
Buffett destacou a presença “indispensável” dos produtos da Apple na vida dos cidadãos estadunidenses. A empresa ocupa a maior posição na carteira de investimentos da Berkshire, com uma fatia avaliada em US$ 111 bilhões.
Atualmente, a Berkshire Hathaway é a 10ª maior empresa do mundo em capitalização de mercado. Das seis primeiras, cinco são norte-americanas, com a Apple no topo. “Isso não é um acidente, é porque somos fortes e o sistema funcionou inacreditavelmente bem”, disse Warren Buffett.
