O megainvestidor Warren Buffett agora tem uma participação relevante na maior companhia de semicondutores do mundo. A Berkshire Hathaway (BERK34), sua holding de investimentos, comprou um montante de US$ 4,1 bilhões em ações da TSMC (TSMC34), de Taiwan.
As ações da TSMC chegaram a subir mais de 12% com a notícia da compra da holding de Warren Buffett, a US$ 79 por papel listado na NYSE.
Trata-se da maior compra de ações feita pela Berkshire Hathaway no trimestre, dado que a aquisição foi feita no último pregão de setembro, conforme escrito em documento arquivado na Securities Exchange Commission (SEC, autoridade que regula o mercado mobiliário dos EUA).
Como a companhia é de Taiwan, os ativos comprados foram 60,1 milhões de American depositary shares (ADRs) da TSMC, listados na NYSE. Junto com Warren Buffett, outros acionistas da companhia são a BlackRock e a Vanguard Group.
A companhia é, de longe, a que tem maior participação de mercado no nicho de semicondutores, com mais de 56% de market share, segundo a Counterpoint. O principal player após a TSMC é a Samsung, que detém 13% de market share.
Contudo, em nichos específicos a TSMC é ainda maior. A companhia é responsável por cerca de 90% dos chips de computadores superavançados do mundo, fornecendo a gigantes da tecnologia, incluindo Apple (AAPL34) e Qualcomm (QCOM34).
Além disso, a companhia tem uma capitalização de mercado (market cap) de cerca de US$ 410 bilhões.
Compra de Warren Buffett vem em momento delicado geopoliticamente
A aquisição de ações da gigante taiwanesa vem em meio ao aumento de tensão entre a China e a ilha, que é autogovernada. Atualmente, Taiwan vive sob um avanço militar de Pequim, o que inclusive reforçou a relevância do país na produção de chips e semicondutores.
O imbróglio, há meses, culminou na ida de Nancy Pelosi, parlamentar democrata dos EUA e presidente da Câmara, ao país – acirrando as tensões com a China.
Além disso, os semicondutores foram o epicentro de uma crise na cadeia de produção (supply chain), com a essencialidade dos componentes na produção de carros e outras peças, por exemplo.
A crise se intensificou e fez com que fábricas de carros chegassem a parar por semanas ou meses, conforme reportado pelo Suno Notícias.
Nesse contexto, a Samsung e outras companhias têm investido no segmento, disputando o mercado que é dominado pela TSMC, empresa visada por Warren Buffett e outros gigantes institucionais.