Waiver Day: “Governo vendeu a alma para o centrão”, diz especialista

O Ibovespa opera em forte queda na tarde desta quinta-feira (21), renovando mínima após mínima. Por volta de 16h18, o Ibovespa caía 3,25%, aos 107.182 pontos, depois de ter caído mais de 4%. Uma série de motivos conspira para o nervosismo visto hoje, que está sendo chamado de “Waiver Day“.

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Segundo Bruno Madruga, sócio e Head de Renda Variável da Monte Bravo, os principais motivos para o Ibovespa derreter são políticos. “No nosso entendimento, o governo vendeu a alma para o centrão, e perde a credibilidade que tinha com o mercado financeiro brasileiro”, afirmou ao Suno Notícias.

“A curva de juros está subindo muito forte e esse é o principal termômetro do mercado”, acrescentou. Na visão de Madruga, o governo está perdendo “a pouca credibilidade” que ainda tinha com o mercado financeiro, e esta semana pode ser “um belo divisor de águas. “O mercado é soberano e diante de decisões governamentais não condizentes com o que o mercado acredita, a reação é imediata.”

O porta-voz da Monte Bravo se refere à declaração dada ontem pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele confirmou ontem à noite que parte do pagamento do Auxílio Brasil, programa que substituirá o Bolsa Família com pagamento de R$ 400, está fora do teto de gastos.

Guedes afirmou que, no que depender da equipe econômica, o novo programa social poderá ser financiado com cerca de R$ 30 bilhões fora da regra fiscal. Segundo ele, o governo deve pedir um “waiver” (perdão temporário) do teto de gastos para tornar viável o novo programa social. É por isso que o dia de hoje está sendo chamado de “waiver day”.

“O recado que o governo deu foi muito ruim”, afirma Elias Wigger, sócio da EQI.

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Veja os motivos para o nervosismo do Waiver Day

Para piorar a situação, foi noticiado há pouco que o novo relatório da PEC dos precatórios traz mudança no cálculo do teto de gastos, empurrando o teto para cima e abrindo espaço no orçamento de forma artificial.  “Neste caso, tecnicamente o teto não seria furado, mas na prática haveria um aumento do custo fiscal, e isso preocupa o mercado”, afirma o CEO da Planner, Alan Gandelman.

Segundo ele, aumentam a pressão inflacionária e a alta do dólar, que também é impulsionado pelo fim do tapering nos Estados Unidos. Além disso, segundo Gandelman, as grandes imobiliárias chineses seguem despertando a preocupação dos investidores.

“Mais um dia de estresse com a bolsa caindo forte, dólar subindo bem, por questões locais e questões externas, como a provável alta de juros nos EUA e as grandes construtoras chinesas com risco de dar calote”, afirma.

  • O pagamento do Auxílio Brasil ficará fora do teto de gastos;
  • Está em curso uma possível mudança no cálculo do teto de gastos;
  • Além do Auxílio Brasil, o governo disse hoje que deve dar um auxílio aos caminhoneiros;
  • No front internacional, receio sobre a redução dos incentivos (tapering) nos EUA;
  • Incertezas na empresas chinesas no radar.

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O Ibovespa chegou a cair mais de 4% há pouco, na casa dos 106 mil pontos, e agora atenuou a queda, recuando 3,10%, aos 107.352 pontos às 16h09. O EWZ,  principal fundo de índice negociado no exterior que investe em ativos brasileiros, cai quase 5%.

Veja as maiores quedas do Ibovespa por volta de 16h10:

Fique ligado no Suno Notícias para saber tudo que acontece neste Waiver Day.

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Natalia Gómez

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