Voo da Avianca é impedido de decolar após avião ser penhorado
Voo da Avianca que partia de Brasília com destino a Congonhas (SP), foi impedido de decolar na última quinta-feira (4). No entanto, isso aconteceu porque o avião foi penhorado pela Justiça.
Tanto os passageiros quanto os tripulantes da Avianca, que já haviam embarcado, foram retirados por oficiais de Justiça após uma hora e meia dentro da aeronave.
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O avião foi confiscado por conta de uma decisão liminar que atende ao pedido dos credores da companhia, que passa por recuperação judicial desde dezembro último. A Avianca já havia revertido a liminar, no entanto, os oficiais já estavam no aeroporto.
De acordo com a nota da empresa, foram tomadas “as medidas necessárias, que os passageiros impactados estão sendo atendidos e que segue operando normalmente”.
O voo que estava marcado para às 19h, foi remarcado pela primeira vez para as 22h30 e depois para a 1h20 da madrugada já desta sexta-feira (5). No entanto, por conta do horário, o aeroporto de Congonhas, destino do voo, não operava mais e, por esse motivo, a rota foi alterada para o aeroporto de Guarulhos (SP). O pouso aconteceu às 2h35 desta sexta.
Recuperação judicial
A Avianca é a quarta maior companhia aérea do Brasil e está em recuperação judicial desde dezembro de 2018. Isso, por conta do acúmulo de prejuízos e atrasos em pagamentos de arrendamentos de aeronaves.
Em março deste ano, a Azul fez uma proposta para comprar parte das operações da Avianca por US$ 105 milhões, algo em torno de R$ 405 milhões.
Saiba mais: Presidente da Azul critica plano que divide Avianca
Na última quinta-feira (3), a Latam e a Gol também concordaram em fazer uma proposta para adquirir os ativos da aérea. No entanto, as duas companhias apoiam a proposta de dividir a Avianca em sete partes. Dessa forma, as empresas tentariam ficar com ao menos uma das Unidades Produtivas Isoladas (UPI) da companhia, por US$ 70 milhões, cerca de R$ 270 milhões.
No entanto, o Departamento de Estudos Econômicos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), aponta possíveis problemas caso o plano de divisão em sete partes da Avianca seja realmente realizado. Esse plano aumenta a concorrência pelos slots da empresa no aeroporto de Congonhas, um dos mais movimentados do país.
De acordo com o Cade, caso aconteça, a operação fará tanto a Gol quanto a Latam possuir a concentração do mercado.
“Há indícios de que o nível de concentração de mercado altera a conduta dos agentes, sendo que o plano [de recuperação] já referido poderia vir a impactar o comportamento dos agentes e, eventualmente, mudar o nível do preço dos consumidores”, disse o Cade em nota.
No caso da obtenção dos ativos por parte da Azul, o nível de preocupação concorrencial é menor, afirma o conselho.
Nova plano de recuperação
Por meio de nota, a Avianca informou que o novo plano de recuperação judicial será submetido aos credores na próxima Assembleia Geral, datada para esta sexta-feira (5).
“O novo plano prevê a criação de sete UPIs, que serão, em breve, constituídas e levadas à leilão judicial, em data a ser definida”, informou a Avianca.