Volkswagen vê excesso de mão de obra no Brasil e negocia cortes
A direção da Volkswagen informou nesta segunda-feira (19) que mantém negociações junto aos sindicados de trabalhadores de suas quatro fábricas no Brasil para discutir um excesso de mão de obra.
A Volkswagen soltou uma nota comunicando que as partes “avaliam em conjunto medidas de flexibilização e revisão de acordos coletivos vigentes para adequação do número de empregados ao nível atual de produção com foco na sustentabilidade das operações no cenário econômico atual, muito impactado pela pandemia”.
De acordo com o portal “AutoIndústria”, a montadora alemã planeja cortar em até 35% o quadro de funcionários de suas unidades no País. Com isso, a Volkswagen se reuniu, nesta semana, com representantes dos trabalhadores das plantas de São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP), São José dos Pinhais (PR) e de São Carlos (SP) para apresentar outras propostas de redução de custos e iniciar negociações.
A empresa ainda avalia outras medidas de corte de custos, como flexibilização da jornada de trabalho; redução de Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR); diminuição de reajustes salariais e alterações em benefícios.
Plantas da Volkswagen voltam a operar gradativamente
As unidades de São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos retomaram as atividades gradativamente, no último dia, depois de um longo período de paralisação em função da pandemia de covid-19. A fábrica de São José dos Pinhais voltou a operar uma semana após.
A Volkswagen possui, atualmente, cerca de 15 mil funcionários contemplados em todas as unidades distribuídas pelo Brasil. Dessa forma, com uma redução de 35%, a companhia pretende dispensar pelo menos 5 mil trabalhadores, atingindo mensalistas, horistas e até trabalhadores terceirizados.
Em julho deste ano, quando perguntado sobre um possível excesso em suas fábricas no País, o presidente e CEO da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, evitou falar em demissões, porém salientou que a necessidade de medidas de flexibilização trabalhista, como as estabelecidas na Medida Provisória 936, para atravessar a crise.