A Vivara (VIVA3) anunciou na última terça-feira (11) mudanças em seu acordo de acionistas.
A principal delas é uma redução das ações vinculadas ao acordo, de 57,9% para 39,7%, com a participação do Márcio Kaufman (ex-CEO) caindo de 20% para 2%.
“Isso pode ser visto como um risco negativo para a dinâmica do papel. Mas, dado um potencial evento de liquidez a caminho, o acordo traz diversas condições para uma provável venda ocorrer. O principal desconforto dos investidores com o papel era sua baixa liquidez”, diz a XP Investimentos, em relatório.
Outros pontos foram alterados, como a adição de cláusulas de lock-up:
- Um lock-up de 2 anos para venda das ações não vinculadas de Nelson Kaufman (pai do ex-CEO);
- O lock-up do Márcio é condicionado a Nelson permanecer como um acionistas da Vivara; e
- Um lock-up geral para as ações vinculadas do Nelson, Marina (irmã de Marcio) e Paulo Kruglensky (atual CEO da companhia) durante o prazo do acordo.
O acordo será válido por 15 anos (vs. 5 anos antes) e automaticamente renovado por 10 anos.
Além disso, houve a adição de diversas condições para uma eventual venda das ações não vbinculadas. Uma possível venda estaria condicionada a:
- Uma oferta secundária caso seja superior à R$ 500 milhões;
- Um block trade ou oferta secundária caso esteja entre R$ 100 milhões e R$ 500 milhões; e
- Não ultrapasar 15% do valor diário negociado, caso seja inferior a R$ 100 milhões.
De acordo com reportagem do Brazil Journal, Marcio Kaufman passa a deter 12,25% do capital da Vivara, livres para a venda, mantendo 2% vinculados ao acordo de acionistas. Sua irmã terá 0,75% do capital desvinculado do acordo, e o CEO Paulo Kruglensky, 0,2%.
No total, são 13,2% do capital da Vivara disponíveis para a venda.
Na visão dos analistas da XP, o aditivo sinaliza uma menor participação do Márcio na Vivara, “apesar de uma cláusula com seu direito a votar com suas ações não vinculadas ter sido adicionada”.
A perspectiva é de que haja potencial evento de liquidez no curto prazo. “O que vemos como positivo, com a baixa liquidez de Vivara, é o fim de um dos principais desconfortos dos investidores com a tese. Um maior número de ações em circulação poderia levar investidores a aumentarem suas posições no papel”, diz o texto.
A XP mantém recomendação de compra para as ações da Vivara.
Cotação da Vivara
A Vivara opera em queda de 0,70%, a R$ 26,81, às 13h45 desta sexta-feira (14).