Visa (VISA34) compra fintech brasileira Pismo por US$ 1 bilhão

A Visa (VISA34) anunciou nesta quarta-feira (28) a aquisição da Pismo, fintech que oferece soluções e serviços bancários para bancos digitais, por US$1 bilhão.

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De acordo com a companhia, o objetivo da compra da Visa é melhorar seu posicionamento no oferecimento de soluções de processamento bancário e emissão para cartões de débito, pré-pago, crédito e empresariais por meio de APIs nativas em nuvem.

“Por meio da aquisição da Pismo, a Visa pode servir melhor nossos clientes, instituições financeiras e fintechs com soluções bancárias e de emissão diferenciadas que eles podem oferecer aos seus clientes finais,” afirma Jack Forestell, Líder Global de Produtos e Estratégia da Visa, em comunicado.

Com operações na América Latina, Ásia Pacífico e Europa, a Prismo manterá seu time de gestão. “Na Pismo, nosso objetivo é permitir que nossos clientes lancem pagamentos e produtos bancários em uma plataforma única nativa da nuvem, independentemente dos trilhos, geografias ou moedas. A Visa nos fornece apoio incomparável para expandir nossa presença globalmente e ajuda a moldar uma nova era de pagamentos e serviços bancários,” afirma Ricardo Josua, Fundador, CEO, Pismo.

Agora, a transação está sujeita a aprovações regulatórias e o fechamento do acordo para a compra da fintech está prevista para ser concluído ao final de 2023.

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Mastercard chegou a disputar aquisição com a Visa

A fintech brasileira foi alvo de uma disputa bilionária entre Visa e Mastercard. O motivo: aumento da busca pela presença em serviços financeiros digitais. Com as pessoas cada vez mais conectadas, ambas as empresas reconhecem a importância de uma estratégia consolidada na solução de pagamentos digitais.

A Pismo, criada em 2016, tem como principal produto o processamento de pagamentos que realiza transações online e offline, de forma segura, para empresas.

Além disso, seu “carro chefe” de serviços inclui o fornecimento de plataformas bancárias e de pagamento baseadas na nuvem.

Com foco em inovação e tecnologia, a Pismo “busca proporcionar uma experiência de pagamento simplificada e ágil, tanto para empresas quanto para consumidores”. A empresa chamou atenção de grandes players do setor, levantando US$ 108 milhões em 2021 do SoftBank Group, Amazon (AMZO34) e Accel e outros.

A Pismo em números

A plataforma nativa da nuvem e com APIs (Application Programming Interface, em português, interface de programação de aplicações) da Pismo ajuda serviços bancários e de finanças, com, segundo a empresa, escalabilidade e segurança e menores custos operacionais.

De acordo com a plataforma, por ano o volume de transações financeiras facilitadas por ela atingem US$ 208 bilhões, com um total de 74 milhões de contas e um programa com capacidade de fazer 75 mil autorizações por segundo.

Mercado de cartões segue dominado por grandes bancos

Apesar do aumento da competição e do número de cartões de crédito nos últimos anos, o mercado continua dominado pelos cinco grandes bancos, concluiu o Banco Central, segundo o boxe “Perfil de utilização de cartões de crédito no Brasil”, do Relatório de Economia Bancária.

Segundo o BC, com a entrada de novos players no segmento de cartões pós-pago, e o consequente aumento da competição, uma parcela significativa da população brasileira passou a ter acesso a um ou mais cartões de crédito. Mas, independentemente do número de vínculos, o saldo devedor fica concentrado nos cinco maiores bancos do Brasil, com mais de 60% em qualquer cenário.

Em junho de 2022, a quantidade de cartões de crédito (190,8 milhões) representava quase o dobro da população economicamente ativa no Brasil (107,4 milhões), segundo dados de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e estatísticas do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).

Com base no Sistema de Informações de Crédito do Banco Central (SCR), o BC identificou que 84,7 milhões de clientes possuíam saldo devedor maior que zero em junho de 2022, um número 30,9% maior ante o mesmo mês de 2019 (64,7 milhões).

O crescimento do mercado foi impulsionado principalmente pela atuação das instituições predominantemente digitais, que, no período analisado, aumentaram em 27,6 milhões de indivíduos suas bases de usuários. Esse grupo também apresentou o maior crescimento do saldo devedor dos clientes entre junho de 2019 e de 2022, de 292,3%.

Segundo o BC, a expansão do mercado de cartões de crédito se refletiu no aumento de vínculos por usuário no período, embora a fatia que mantém saldo devedor em apenas uma instituição emissora seja a maior (54% em 2022, contra 62% em 2019), seguida por dois vínculos (25% em 2022, contra 24% em 2019). Aqueles que têm três ou mais vínculos representam 22% do total, contra 14% antes.

O cenário competitivo dos serviços digitais

Em 2021, a Plaid quase foi comprada pela Visa por US$ 5,3 bilhões, mas a operação foi bloqueada por reguladores antitruste. No mesmo ano, a empresa acabou fechando com a plataforma de banco aberto da Suécia, Tink AB, por US$ 2 bilhões. Com a adoção cada vez mais intensa dos meios de pagamento digitais, a demanda por soluções inovadoras recai sobre todas as empresas do setor financeiro, que buscam uma posição de destaque.

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Vinícius Alves

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