O trem-bala ultrarrápido da Virgin, o Hyperloop One, concluiu o primeiro teste com seres humanos. No último domingo (8), foi realizado ao vivo o teste no deserto próximo a Las Vegas, no estado norte-american do Nevada.
O Hyperloop transportou a bordo duas pessoas, o CTO e cofundador da empresa, Josh Giegel, e a chefe de experiência de passageiros, Sara Luchian.
Foi a primeira vez que o comboio ultrarrápido transportou seres humanos.
Giegel e Luchian subiram a bordo e, apertando os cintos de segurança, viram o vagão experimental, chamado “Pegasus”, entrar em uma câmara de descompressão. Neste ponto do túnel de baixa pressão – que é o coração do Hyperloop – foi criado o vácuo e o vagão (ou melhor, a cápsula) passou a atingir 160 km/h.
Ambos os passageiros chegaram em seu destino sem problemas.
A rota, chamada DevLoop, ainda é curta. Na verdade, mais do que um percurso de trem é uma tubulação de 3,3 metros de diâmetro e apenas 500 metros de comprimento. Por sua vez, o Pegasus pesa 2,5 toneladas e mede cerca de 5 metros. Mas seja o percurso que a cápsula prefiguram o trem que virá.
Até agora já foram realizados outros 400 testes com o Hyperloop, mas sempre sem humanos. Esses experimentos devem um dia levar à velocidade máxima permitida por esse meio de transporte, que é de 1.223 km/h.
O Pegasus, por outro lado, é uma versão em escala de uma cápsula que talvez possa acomodar até 23 pessoas, mas também mercadorias e até carros.
Por ora seja a velocidade que a capacidade de transporte são meramente teóricos, mas desde que a ideia foi teorizada, em 2013 por Elon Musk, o projeto fez enormes passos adiante.
Entenda a história do Virgin Hyperloop One
Há sete anos, em uma entrevista para um jornal americano, o fundador da Tesla teorizou um meio de transporte baseado em um veículo levitando dentro de um tubo sem ar.
Em 2016 a empresa Hyperloop One foi adquirida pela empresa do britânico Richard Branson, a Virgin, e se tornou a Virgin Hyperloop One
Um financiamento de centenas de milhões de dólares ajudaram a construir o centro experimental perto de Las Vegas onde os testes são realizados.
E, atualmente, os técnicos estão trabalhando duro por um objetivo: tornar o sistema concreto e quebrar todos os recordes de velocidade já estabelecidos por um trem.
Até o momento, o comboio mais rápido do mundo, o Shanghai Maglev que liga o centro da cidade chinesa ao aeroporto, flutua até uma velocidade máxima de 482 km/h usando parte da tecnologia implementada no Hyperloop.
Na verdade, ele também flutua nos trilhos graças a ímãs, mas será o tubo com o vácuo que fará o Hyperloop dar um passo à frente.
Entretanto, ainda há muitas dúvidas sobre o projeto.
Em primeiro lugar, a primeira pergunta é se ele é realmente seguro. Não se trata apenas de lançar passageiros em “velocidade imoderada”, como falou Elon Musk, mas se os túneis, construídos sobre postes, conseguirão segurar o impacto de um acidente de carro ou pior, de um caminhão.
Em seguida, há a viabilidade técnica, uma vez que os túneis devem ser construídos do zero e possivelmente subterrâneos.
Em último, a sustentabilidade econômica. Nada secundária para um projeto tão ambicioso.
No entanto, a Virgin Hyperloop acredita no trem ultrarrápido, assim como seus investidores. Hoje, o pod trouxe dois passageiros ao seu destino em um pequeno trecho. Quem sabe amanhã o Hyperloop consiga viajar em questão de segundos.