Vídeo mostra morcegos vivos em laboratório de Wuhan e desmente governo chinês

A rede de televisão australiana Sky News publicou na última segunda-feira (14) um vídeo que prova que morcegos vivos foram mantidos no Instituto de Virologia de Wuhan, cidade epicentro da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

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O vídeo desmente as informações divulgadas pelo governo chinês, que sempre salientou como no laboratório de Wuhan não havia morcegos vivos, negando qualquer ligação entre a estrutura científica e a origem do coronavírus.

A TV australiana divulgou um vídeo inédito, gravado em 2017 dentro da estrutura, mostrando funcionários do Instituto de Virologia alimentando os morcegos.

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O vídeo, refutaria a versão da Organização Mundial da Saúde (OMS) que havia rotulado a hipótese como “conspiração”.

O zoólogo Peter Daszak, que fazia parte da missão da OMS em Wuhan, tinha dito na época que qualquer insinuação sobre a presença de morcegos vivos no Instituto de Virologia de Wuhan era conspiratória.

Em um tweet em dezembro de 2020, ele escreveu que “nenhum morcego foi enviado ao laboratório de Wuhan para análise genética dos vírus coletados no campo: coletamos amostras de morcegos e os enviamos para o laboratório. LIBERAMOS os morcegos onde os capturamos eles!”.

O tweet foi apagado do perfil de Daszak.

WHO inspector's denial of bats in Wuhan lab contradicted by facts | Taiwan News | 2021-02-18 18:29:00

Vídeo desmente versão da OMS sobre laboratório de Wuhan

O relatório da OMS sobre a origem da pandemia não tinha mencionado a presença de morcegos no instituto da cidade chinesa. Somente nos documentos anexos ao relatório da organização internacional foi mencionada a existência de estruturas aptas para hospedar animais no laboratório.

“A sala na instalação P4 pode lidar com uma variedade de espécies, incluindo o trabalho sobre primatas infectados por SARS-CoV-2″, aparecia no documento.

Este mês, Daszak mudou de ideia, admitindo que o Instituto pode ter abrigado morcegos e nunca ter informado sobre isso.

Daszak foi duramente criticado por seu relacionamento próximo com Shi Zhengli, conhecida como a “Mulher Morcego” do Instituto de Virologia de Wuhan, conhecida por coletar mais de 15.000 amostras de vírus de morcegos.

E a própria Shi Zhengli negou mais de uma vez que o Instituto de Virologia de Wuhan pudesse ser a origem da pandemia de coronavírus, provocada por um vazamento do vírus.

“Como posso oferecer evidências de algo para o qual não há evidências?”, tinha declarado a cientista chinês em uma série de respostas por e-mail ao jornal New York Times, “Não sei como o mundo chegou a essa conclusão, constantemente despejando lama em uma cientista inocente”.

A investigação americana sobre a origem do coronavírus

Em maio, o presidente dos EUA, Joe Biden, ordenou que as agências de inteligência dos EUA investigassem a origem da pandemia, incluindo a teoria do vazamento de laboratório, solicitando um relatório em até 90 dias.

A teoria sobre o possível vazamento do laboratório de Wuhan tinha sido apresentada pela primeira vez pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, mas foi amplamente rejeitada como “conspiração”.

No entanto, essa hipótese voltou a ganhar visibilidade após relatos da inteligência dos EUA de que três pesquisadores do Instituto adoeceram em 2019 após visitar uma caverna de morcegos na província de Yunnan, no sul da China.

De acordo com o New York Times, em 2017 Shi e seus colegas do laboratório de Wuhan publicaram uma pesquisa sobre um experimento no qual criaram “novos coronavírus de morcegos híbridos misturando e combinando partes de outros já existentes, incluindo pelo menos um tipo de vírus que era quase transmissível aos humanos, para estudar sua capacidade de infectar e se replicar em células humanas”.

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Ao jornal americano, Shi disse que seus experimentos não queriam tornar um vírus mais perigoso, mas visavam entender como o vírus poderia passar de uma espécie para outra.

“Meu laboratório nunca realizou ou colaborou na realização de experimentos que melhorassem a virulência dos vírus”, garantiu a cientista de Wuhan.

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Carlo Cauti

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