Com ganho tributário, Vibra (VBBR3) eleva lucro em quase dez vezes mais no 1T24, para R$ 789 milhões
A Vibra Energia (VBBR3) encerrou o primeiro trimestre deste ano (1T24) com um lucro líquido de R$ 789 milhões, representando um aumento de 874% (ou um número 9,7 vezes maior) em comparação ao ganho de R$ 81 milhões registrado no mesmo período do ano anterior (1T23). A empresa divulgou os resultados do período nesta quarta-feira (8).
O motivo dessa alta, segundo a empresa, é o reconhecimento de mais de R$ 535 milhões em créditos tributários da Vibra no 1T24, não incluídos no Ebitda ajustado, referentes à recuperação tributária da Lei Complementar 192/2022, além dos valores já reconhecidos no trimestre anterior.
A Lei Complementar 192/2022 propõe uma tributação unificada das operações pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), incidindo o imposto uma única vez em toda a cadeia de fornecimento, sem substituição tributária.
Outro fator positivo foi a receita líquida ajustada do balanço da Vibra no 1T24, que somou R$ 39,771 bilhões, um crescimento de 1,4% em relação ao mesmo período de 2023. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado nos três primeiros meses deste ano atingiu a marca de R$ 1,41 bilhão, o dobro em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
Desconsiderando os efeitos não recorrentes, a Vibra Energia avalia que o Ebitda da empresa no período seria de R$ 1,364 bilhão, com uma margem Ebitda de ou R$ 159 por metro cúbico. “Um importante resultado mesmo em um cenário adverso com um grande nível de estoque de produtos observados no mercado ao longo do trimestre”, diz a Vibra.
O lucro bruto ajustado da Vibra alcançou R$ 2,286 bilhões no 1T24, um aumento de 48,8% em comparação com o mesmo período de 2023. A empresa diz que esse avanço foi impulsionado por margens de comercialização mais elevadas, estratégias de segmentação de clientes e maior participação de vendas de produtos aditivados e premium.
Vibra no 1T24: redução de despesas operacionais e dívida líquida
Entre janeiro e março, o volume de vendas da rede de postos da Vibra totalizou 5,3 milhões de metros cúbicos, uma queda de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa encerrou o primeiro trimestre com uma participação na rede embandeirada de 31%, uma redução de 1,6 ponto percentual em comparação com os três primeiros meses do ano anterior e uma queda de 0,4 ponto em relação ao quarto trimestre de 2023.
As despesas operacionais ajustadas da Vibra totalizaram R$ 615 milhões no primeiro trimestre de 2024, uma redução de 11,1% em comparação com o mesmo período de 2023. Já o indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 1,1 vez em março de 2024, uma queda de 1,6 ponto percentual em relação ao 1T23
A dívida líquida da Vibra ao final do primeiro trimestre foi de R$ 10,6 bilhões, em comparação com uma dívida líquida de R$ 12,6 bilhões no primeiro trimestre de 2023. A empresa atribui essa queda à forte geração de caixa no período, que possibilitou uma redução de R$ 2,2 bilhões na dívida bruta.
Já a alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado foi de 1,1 vez, contra 2,7 vezes no mesmo período do ano passado e estável na comparação com o resultado encerrado em dezembro.
Vibra vive gangorra no Ibovespa
A Vibra encerrou o pregão desta quarta-feira (8), dia em que divulgou o balanço do 1T24 da companhia, com ações negociadas a R$ 23,22 no Ibovespa, uma queda de 0,56% quando comparado ao dia anterior. No mês de maio, a empresa de combustíveis está com 0,39% de valorização. Em contrapartida, nos últimos doze meses, a companhia anota alta de 70,11% de valorização, segundo dados da Bolsa de Valores.
Neste ano, a Vibra Energia vive uma gangorra no Ibovespa. Sem estabilidade, a empresa acumula ao longo dos meses altas e baixas. Sua maior marca até então foi registrada em 1º de março, quando ofertou ações a R$ 25,90. Pouco tempo depois, em 8 de março, a companhia despencou para R$ 23,33. Recentemente, a Vibra até subiu no índice, marcando R$ 25,36 em 9 de abril. No entanto, no dia 24 do mesmo mês, a empresa voltou a cair, com papéis negociados a R$ 22,49.