O Instituto Empresa e a Associação das Vítimas de Brumadinho enviaram carta aberta à Vibra Energia (VBBR3) pedindo que Fabio Schvartsman, presidente da Vale (VALE3) na época do desastre de Brumadinho, em 2019, seja retirado do posto de conselheiro da companhia. Para isso, solicitam que seja convocada Assembleia Geral para destituir o executivo do cargo.
O Instituto Empresa é uma associação de investidores, com sede em Porto Alegre. A Associação das Vítimas de Brumadinho é uma entidade privada sem fins lucrativos, constituída na forma de associação.
As entidades dizem que é insustentável, em termos de governança, que uma importante companhia de capital aberto, integrante do segmento da elite da bolsa brasileira – o Novo Mercado – “tenha entre seus administradores um réu por homicídio de 272 pessoas e da promoção de um desastre ambiental sem precedentes, com grande impacto social.”
Diz a carta das entidades à Vibra: “Seu discurso de alinhamento com as melhores práticas de Governança, bem como sua manutenção em índices como o ISEB e FTSE, impõe atitude coerente. O Instituto Empresa e a Associação das Vítimas de Brumadinho reúnem-se para pleitear junto aos principais Acionistas da Vibra Energia – Fundo Dynamo, Verde Asset e Bogari – que, de imediato, convoquem Assembleia Geral da Companhia para destituir do Conselho o Ex-Presidente da Vale e réu no caso Brumadinho Fabio Schvartsman“.
As entidades argumentam que embora reconheça a prevalência do princípio da presunção da inocência, entende igualmente que a companhia, seus acionistas e a sociedade precisam sinalizar seus valores, suas práticas e suas escolhas. E complementa: “Desconhecer os cadáveres, demonstrar pouca empatia com as famílias envolvidas, minimizar o impacto social e a destruição ambiental não podem ser compatíveis com a Vibra Energia”.
Vibra anunciou mudanças no alto escalão
Na última quarta-feira (31), a Vibra (VBBR3) anunciou mudanças no alto escalão da empresa, entre ela a chegada de Clarissa Sadock, ex-CEO da AES Brasil (AESB3), como vice-presidente de Energia Renovável e ESG.
Para o Bank of America (BofA), com a nova gestão e a melhora do endividamento da empresa, os papéis podem reagir da Bolsa de Valores e fomentar um caminho para a melhora dos dividendos da companhia.
“Os últimos resultados da Vibra foram um pouco decepcionantes em termos de margens e fluxo de caixa, principalmente devido as decisões sobre fornecimento de combustível que, em nossa opinião, tem sido um dos principais fatores que levaram a ação a ter um desempenho inferior no acumulado do ano”, disse Leonardo Marcondes, analista do BofA.
O banco trabalha com recomendação de compra na ação da Vibra, com o preço alvo de R$ 26. Quem também vê os papéis com bons olhos é o Itaú BBA, que classifica o papel como outperform, equivalente à compra, com o preço alvo de R$ 28.
Com Estadão Conteúdo