Após a divulgação do balanço trimestral, o BTG reiterou a recomendação de compra para a Vibra (VBBR3), citando a companhia como a favorita no setor de distribuição de combustíveis. Hoje, as ações da companhia registraram forte alta na Bolsa de Valores.
“Nossa preferência pela Vibra em relação ao seu concorrente mais óbvio continua baseada em fundamentos de valuation”, explica o BTG.
A Vibra anunciou um lucro líquido de R$ 1,255 bilhão no terceiro trimestre de 2023 (3T23). Para o BTG, o resultado foi 34% acima da estimativa, demonstrando fortes ganhos, impulsionados por outros ganhos não recorrentes, como os R$560 milhões da venda da participação na ES Gás.
A alavancagem da Vibra, diz o BTG, caiu significativamente para 2,4x o EBITDA, com sólida geração de fluxo de caixa livre, cerca de R$1,2 bilhão.
Segundo a equipe do BTG, o resultado transmitiu a ideia de um mercado de combustíveis mais equilibrado no 3 trimestre, suficiente para manter margens recorrentes elevadas no futuro.
“A Vibra está claramente priorizando a rentabilidade agora, e acreditamos que se continuar nesse caminho, teremos a confiança necessária para elevar nossa previsão de margem de Ebitda para R$ 130/m3 no próximo ano”, destaca o banco.
Analistas apontam que o foco maior na rentabilidade da Vibra está afetando o desempenho dos volumes, que caíram 9% abaixo dos concorrentes e no mercado.
Neste contexto, o BTG recomenda compra para as ações da Vibra, com preço-alvo de R$ 28. Os analistas supõem que um ajuste relativamente pequeno de R$ 10/m3 na estimativa de margem de Ebitda de 2024 para R$ 140/metros cúbicos, se traduziria em um P/E (Preço/Lucro) de 12x.
Vibra reverte prejuízo
Os resultados da Vibra mostram reversão do prejuízo de R$ 61 milhões registrado no mesmo período do ano passado (3T22).
Segundo o balanço da Vibra, esse resultado foi impactado positivamente pela melhora do seu resultado operacional e financeiro. Além disso, foi considerada a venda da ESgás, que gerou um lucro de R$ 470 milhões.
Já a receita líquida ajustada da companhia foi de R$ 43,243 bilhões no 3T23, com baixa anual de 15,3% sobre o valor registrado no 3T22.
Enquanto isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida) ajustado da Vibra somou R$ 2,333 bilhões, com avanço de 154,7% na comparação anual.
Nesse caso, o resultado da Vibra é atribuído às “maiores margens médias de comercialização no período, uma forte gestão em eficiência de nossas operações e ainda um ganho com inventário de produtos de cerca de R$ 370 milhões”.
A margem Ebitda ajustada, por sua vez, teve crescimento de 178,9% no terceiro trimestre de 2023 (em relação ao 2T23), a R$ 248 por metro cúbico. As despesas operacionais foram de R$ 709 milhões, com alta anual de 14,4%.
Outros resultados
O lucro bruto ajustado teve aumento significativo de 152,7% no 3T23, chegando à marca de R$ 3,245 bilhões. A empresa diz que esse resultado se deu principalmente pelo aumento do volume e das margens de vendas.
Por outro lado, o resultado financeiro da Vibra mostrou um prejuízo de R$ 413 milhões nesse novo balanço, com redução de 26,8% em relação ao prejuízo registrado no 3T22.
Ao final do trimestre, a dívida líquida da empresa registrou uma queda anual de 31%, chegando a R$ 10,167 bilhões.
Por fim, o indicador dívida líquida/Ebitda ajustado, que mede o patamar de alavancagem da Vibra, teve uma baixa anual de 0,9 ponto percentual, a 1,9 vez.
Cotação
Nesta terça-feira (7), as ações da Vibra subiram 5,61%, cotadas a R$ 21,64.
Cotação VBBR3